Pessoas normais X pessoas anormais – o preconceito máximo

sábado, fevereiro 24, 2007

Na civilização ou naquilo que se conjecturou-se chamar de civilização, que é um agregado disforme e injusto de pessoas vivendo egoisticamente e mercenariamente, onde todos são inimigos potenciais uns dos outros independente de serem bandidos ou principalmente não.

Existem dois níveis de existência a normalidade ou a anormalidade, são dois guetos principais que orientam os princípios mais nobres e dignos do ser humano. Se você é “normal” obviamente só ira se relacionar com outros que também são “normais”. Agora os “anormais” por serem “anormais” e carregar todo tipo de anormalidades genéticas ou não, por exclusiva falta de opção, só, obviamente, poderão conviver com outros anormais. Esta é a lei inquebrantável que orienta a sociedade.

Anormais e normais, ou esquisitos e não esquisitos nunca em nenhuma hipótese podem ter um relacionamento mais intimo. A não ser se um normal gerar um anormal, ou vice versa, em caso de parentesco poderão ter um “relacionamento” mais intimo, por pura obrigação é claro, mas, é obvio que ele sempre será tratado como um idiota e com indiferença. O relacionamento entre o anormal e o normal sempre será numa escala entre desiguais, e a desigualdade sempre será a marca registrada, nunca, em nenhuma hipótese, terá um relacionamento de igual pra igual, isto nunca, nunca...

Os normais, por “piedade”, por “compaixão” poderão tratar os anormais como tratariam uma “ameba” invalida esquálida e deformada para ganhar egoisticamente pontos no céu ou para provar para si mesmo o quanto são solidários e dignos do amor de Deus (Deus que é sem duvida alguma o anormal mais anormal que já existiu no universo). Mas nunca, em hipótese alguma, haverá um relacionamento de amizade, amor verdadeiro, ou paixão e namoro, por um anormal, isto nunca, nunca... Um normal nunca sentiria este tipo de afetividade por um anormal. Ele guardaria a sua vida privada e particular, domestica, para ourtros “normais”, nunca em hipótese alguma para um “anormal”, isto decididamente nunca... Mesmo porque o “normal” busca um tipo de prazer egoísta (sarcástico, zombeteiro, escárnio e sexo violento) que só um outro “normal” egoísta poderia lhe oferecer, nunca um “anormal” problemático como eu. Ninguém tem paciência e amor para suportar um anormal principalmente quando ele tem anormalidades físicas como eu, somos cruelmente excluídos sem dó nem piedade, jogados num gueto qualquer, no meu caso o meu quarto. Longe da convivência com os “normais”.

Na escala da normalidade e anormalidade é proporcional a diferença que existe entre o normal e o anormal, quanto maior for a diferença maior será a separação e consequentemente maior será o nojo, o asco (as humilhações e os sarros), que o normal sente em relação ao anormal. Os anormais ganham colorações em vermelho e tons de vermelhos e os normais colorações com tons de verde, gerando uma escala cromática, através desta escala o relacionamento será executado. Um verde nunca poderá ter um relacionamento intimo com um vermelho, o vermelho esta proscrito da vida social, existira no máximo um relacionamento horizontal e nunca vertical, obliquo e nunca reto, entre o chefe e o subalterno, ou entre o perfeito e o defeituoso, entre o salvador e o salvado, entre o herói e a vitima, entre o medico e o paciente, entre o sábio e o ignorante; sempre existira uma diferença, sempre... nunca em hipótese alguma será um relacionamento de igual pra igual. E se alguém falar o contrario estará mentido.

Por isto, só posso conviver e ter amigos verdadeiros e namorada com outros anormais como eu, nunca com um normal. E sempre serei tratado como o Diferente e excluído das “conversas profundas” e particulares dos normais. Como se fosse uma criancinha, ou imbecil, ingênuo e ignorante, que não podem ouvir certas coisas. Esta é a única vida que posso almejar. Me relacionar exclusivamente com outros anormais como eu e estar fora do alto nível dos normais, estar sempre num nível de inferioridade (complexo de inferioridade) e ser eternamente visto como um inferior ou coitadinho. Viver eternamente excluído no gueto da anormalidade e por isto nunca vou perder esta “anormalidade” que me caracteriza, muito pelo contrario esta anormalidade vai aumentar todo dia. E este o único destino que me resta viver. Não há nenhuma outra opção. A sociedade é e sempre será uma teia de relacionamentos onde o preconceito é e sempre será perpetuo, a hierarquia e a hierarquização sempre será o único meio de relacionamento entre os seres humanos, a existência de camadas de importância e de castas sempre ira permear a convivência ente os seres, sempre... As pessoas nunca irão aceitar ou compreender um Deus Onipresente que está integralmente presente em todas as escalas de ida ou existência independente de ser a forma de vida mais abjeta ou a mais perfeita, ou a mais grandiosa ou diminuta... Para Deus não existe bom ou mal, psicopata ou bandido, perfeito ou imperfeito, feio ou belo, anormal ou normal, inteligente ou burro, alto astral(engraçado) ou deprimido(triste, pessimista), famoso ou desprezado, importante ou sem importância; para Deus que é Onipresente não existe nenhuma diferença, nenhuma separação, nenhuma barreira, entre ele e o resto do universo, nenhum nível diferenciado de relacionamento... Todos, para Deus, são amados IGUALMENTE. E esta, pelo jeito é uma lição que os seres humanos nunca vão compreender.

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