Preciso de uma namorada urgentemente ou a minha doença

sábado, fevereiro 24, 2007

Eu já disse que queria ser escritor (sempre me repito, detesto me repetir, isto é um play-back inconsciente, uma idéia fixa), mas, obviamente a minha auto estima baixa não me deixa. Também gostaria, em regime de urgência, arrumar uma namorada, mas não posso... Quem foi que disse que querer é poder? Nada mais errado. Nós sempre estamos condicionados a uma personalidade; e não conseguimos sair deste personagem... No meu caso, além da auto-estima baixa, tem também a auto-imagem negativa, que me diz o tempo todo que sou horrível. Do lado da auto-estima baixa há a passividade crônica e por cima a auto-critica monstruosa e nos interstícios disto tudo está a insegurança ou a duvida atroz e esta rodeada pelo pessimismo grandiloqüente e nos espaços restantes está a auto-piedade que dá suporte a todas estas emoções e as envolve por todos os lados, e para suportar tudo isto foi criado uma imaginação delirante, um pequeno ópio para as emergências... e amalgamando tudo isto, como um elo de ligação está o pavoroso medo e a ansiedade paquidérmica que também estão em sintonia com a tensão constante ou estado perpetuo de pânico, originando uma catastrófica angustia existencial...

Bem este é o começinho da minha doença. Pois ainda tem os aspectos mais “ativos”. Pra contrabalancear a auto-estima baixa e o complexo de inferioridade enorme foi criada uma arrogância delirante, ou um complexo de Deus inverso, que é infinitamente centuplicado pela ação da imaginação. Para tentar curar a carência extrema o mecanismo antagônico, gerou o ódio pela humanidade ajudado pelas humilhações permanentes e diárias que sofri.... A minha auto-critica inibiu totalmente a minha ação e censura cada gesto e pensamento o resultado é a acumulação constante do lixo emocional. No centro disto tudo está à carência que gera um amplo leque de emoções negativas entre elas o ciúme, que é uma das piores. Isto tudo é a ponta do iceberg. Ou a parte consciente que consigo enxergar e entender. Existe também o inconsciente e subconsciente.

Diante disto tudo não consigo enxergar nenhuma outra opção senão a morte. A morte, a vida, o eu, a consciência e o ser, a existência, ou tudo ou nada, porque quando nascemos somos um tudo e depois quando morremos somos um nada, tudo isto fazem parte da minha angustia existencial que tento sanar inutilmente com o pensamento semi-cientifico, já, que, obviamente, a minha auto-estima baixa não me permite ser um estudioso verdadeiro. Na carência sentimos falta de amor e como não conseguimos ver este amor dentro da gente, talvez porque somos míopes, procuramos este amor fora de nós. Daí vem toda a confusão e todo o sofrimento. Sempre estaremos presos ao objeto externo e como esta união nunca será perfeita ou integral a insatisfação marcara sempre a relação com o outro. O melhor seria nos auto-centramos e procurar nos amar unicamente. Fechar, totalmente, os olhos para o mundo exterior. Recolhermos infinitamente em nosso interior. Porque se há uma ausência de “tudo” na carência também há uma presença do “tudo” na negação deste “tudo”, ou do mundo exterior.

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