Quem sou!?

sábado, fevereiro 03, 2007

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Escrevo poesia, mas não me considero um poeta. Escrevo artigos, mas não me considero um articulista. Escrevo textos, mas não me considero um escritor. Faço desenhos, mas não me considero um pintor. Penso a respeito do universo, da vida e da realidade, mas não me considero um pensador nem filosofo. Tento me desvendar, analisando-me e doutrinando o meu pensamento, mas não me considero um psicólogo. Se faço alto fatal a metade. Se que o impossível ele se torna possível Olho o infinito e ele se perde de meus olhos. No labirinto da mente, vasculho a resposta exata do que me formei, mas só vejo ilusão de quem ainda não sou. Vivo perante a vida, mas não me considero vivo.

Querem me definir, me enquadrar. Como seu, deixem-me ser. Peço antes de tudo a liberdade do criador. Definir-me seria limitar-me. Quero-me ver solto. Sem barreiras e me indicar o caminho do certo ou errado. Sem ilusões me cercando por todos os lados. Sem padrões a qual possa seguir. Preciso inventar-me, reinventar-me dar um sentido amplo de movimento, correr nos ares obscuros, dar significados aquilo que não tem nenhum significado; planejar aquilo que ainda não foi planejado e ver aquilo que não foi visto e entender aquilo que não foi entendido. No prolongamento da vida, nenhum limite, nenhuma barreira só o andar perpetuo em busca da resposta perfeita que não responde nada, pois isto seria uma limitação.

Quem sou eu!?

Posso mesmo saber. Não sei como fui colocado no mundo e nem como os meus genes se originaram. Desconheço o mistério fascinante da vida. Não entendo a razão da minha existência. Não consigo ver nenhuma lógica no universo inteiro. Falta uma resposta qualquer a uma pergunta que ainda não foi formulada. E, ainda, querem me conhecer!? Em mim, sou um passageiro, vejo os meus pensamentos como quem vê paisagem na janela, e viajo por um ônibus a qual não me informaram o destino. Vou por ai!? A busca de mim mesmo. Querendo me entender. E não encontro resposta. Somente perguntas e mais perguntas.

Queriam me desvendar, mas desistiram. Queriam me ver autêntico, mas perderam a paciência. Queriam-me tudo isto e mais alguma coisa, porem erraram. Não tenho ligação com nada e nem me adapto a o que esta restrito. O circulo que me envolve não tem fim nem começo. O pensamento que me deu origem nem ordem ou definição. Nada me circunscreve. A linha imaginaria não percorre oi meu corpo pois não há... O ar da vida não invade o meu corpo e nem o desalento da morte. Sou o antes ou o depois nunca o durante.

Quem sou eu se me falta a definição! Como posso me apresentar se não tenho um perfil a lhe dar. Querem uma significado, tenho varias, todas mutáveis e instáveis. Se querem me definir, definam antes o infinito, o espaço que limita o impossível, expliquem a vida e coloquem Deus numa televisão, espremam-no em seus cérebros minúsculos e falhos.

Oras!? Eu sou eu! Nada mais nem nada menos. Assim como sou! E com as aptidões que me deram. Vejo o mundo com os meus olhos. Sinto o universo com a minha realidade. Estou me relacionado com o que há em mim, afora isto posso ser qualquer coisa. Defino a vida com os meus sentimentos, as sensações são os rastros a qual uso para me encontrar. Os meus pensamentos são as maneiras como me vejo e me integro a realidade. Fora isto, não existo...

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