4-11 Continuação do anterior, ou um provável amigo imaginário.

sábado, fevereiro 17, 2007

Eu não sei se ter amigos é essencial. Não sei, também, se cultivar afetos e necessário a saúde mental. Não sei se ter amigos e relacionamentos tem alguma função psíquica especifica. Ou se é uma relação mutua de co-dependencia para suprimir possíveis carências e encontrar abrigo fora de si, contar com a colaboração do mundo externo. Não sei se a solidão é uma opção viável ao desenvolvimento. É a criação de uma personalidade única resolvendo os problemas e interagindo unicamente consigo mesmo, e este universo praticamente desconhecido para todos. Não sei se a consciência e a busca pela conscientização esta dentro de si ou se no ambiente externa; ou se ambos mesclados formam um todo. Não sei se quem tem uma vida voltada ao exterior, buscando felicidades e realizações externas, tem mais razão do que aqueles que fazem o contrario.

Se pudesse escolher, se tivesse esta opção, gostaria verdadeiramente de ter um amigo de verdade, de verdade mesmo. Um amigo que pudesse me socorrer num momento de aflição, atualmente, neste ponto, só posso contar comigo mesmo, e devido a minha problemática, sou um péssimo amigo. E que ficasse comigo o tempo todo. Que sempre fosse me visitar que saísse comigo todos os dias, que me telefonasse sempre para saber como estou. Que se preocupasse verdadeiramente comigo, que fosse necessário para mim como eu seria pra ele. Pra cobrir esta lacuna que existe em mim. No entanto, no universo inteiro não há ninguém pra interpretar este papel, independente do sexo ou de qualquer outra variação. Admiro tanto os amigos cúmplices, como Xena e Gabriele, Fox Mulder e Dana Scully, Salsicha e Scooby-Doo, Adrian Monk e Sharona Fleming, e tantos outros que fazem uma parceria na vida (apesar destes exemplos serem ficcionais). Que separados não são nada, mas quando juntos podem tudo. E realizam grandes coisas.

No meu caso só posso contar comigo mesmo. E ser infinitamente só é o meu destino. De todas as maneiras infinitas e possíveis. Só posso recorrer verdadeiramente a mim mesmo... Porque verdadeiramente ninguém se interessa por mim e nunca vai se interessar. Ninguém é capaz de sentir empatia por mim, no máximo, compaixão... E por isto preciso atravessar esta longa estrada totalmente solitário. Se pelo menos existisse um Deus real e concreto para me socorrer, e aliviar as minhas dores e dividir o fardo e me dar esperança e força para lutar. No entanto, não há, nem na terra, nem no céu...

1 comentários:

Anônimo disse...

"Se pudesse escolher, se tivesse esta opção, gostaria verdadeiramente de ter um amigo de verdade, de verdade mesmo" para mim, até agora, o único amigo de VERDADE, amigo de todas as horas e que demonstra esta fidelidade toda vez que se encontra, é o cachorro. AMOR que eles sentem por nós eu NUNCA vi entre humanos.

Sinceramente, não sei se ainda existe em mim alguma confiança para fazer amizade com os humanos. já tive decepções com pessoas que só estavam comigo por interesse, que só queriam usufruir das coisas que tenho, sem realmente se importar comigo. passei a desconfiar de todos que se aproximavam de mim. hoje só consigo acreditar na amizade verdadeira dos cachorros.