4-7 Alguém me ama?

sábado, fevereiro 10, 2007

Já estou ficando cansado em repetir os mesmos temas. Quando um problema, uma dor, ou uma carência nos incomoda ele se torna obsessivo, uma idéia fixa que não sai da nossa cabeça.; E este é uma duvida crucial em mim, ou, motivado pela imensa carência que sinto, um pensamento recorrente que me atormenta todo dia. Como pudemos avaliar o amor que os outros sentem por nós? Talvez, saber isto só é possível, no nosso enterro, quando morremos; ai, pelo choro pela dor despertada, podemos avaliar realmente se os outros nos amávamos verdadeiramente. Entretanto, saber disto, não iria nos ajuda e em nada e não teria nenhuma utilidade para nos.

Outro modo e quando alguém se apaixona por nos. E fica grudado em nos. Não nos deixando um segundo em paz. Fica o dia inteiro nos ligando, etc. Acho que sito, com certeza, nunca vai acontecer comigo... Eu sou uma pessoa que se é incapaz de ser amada e despertar qualquer tipo de paixão, até mesmo um sentimento de amizade minúsculo não consigo despertar, muito menos, uma amizade grandiosa e verdadeira, de duas pessoas que se completam... Sinceramente, não tenho esta capacidade, não sou uma “fonte de prazer”...

Não sei (já venho eu com os meus “não sei”) se poderia amar de verdade, apesar de necessitar que alguém me ame desesperadamente. Não sei, nem ao menos, o que é realmente o amor. Se é motivado pela carência ou fragilidade que sentimos. Se é um processo de identificação com o outro, onde nós nos vemos no outro e vice versa (isto é uma piada). Um processo genético, biológico, para se reproduzir, criar afetos para construir uma família, ter amor pelos filhos, criando uma rede de afetos necessária para a preservação da espécie. Não sei exatamente. Ou se é um sentimento “verdadeiro”, não um engodo para nos enganar. Não sei, se o amor é diferente do egoísmo, ou uma forma de egoísmo disfarçada, mentalmente falando, ou eticamente, ou religiosamente, se os dois não são fazes de uma mesma moeda, e um não viveria sem o outro, e os dois são um todo necessário para a nossa psicologia. Não se também se quem ama, verdadeiramente, não como uma forma de retribuição, mercenariamente falando: um amor verdadeiro e incondicional ganhara pontos no céu e iria para o paraíso, enquanto, quem fizesse o contrario iria para o inferno. Porque o amor tem vários aspectos e formas diferentes e ganha conotações, culturais religiosas, sociais, individuais, filosóficas, biológicas, genéticas, etc... Até mesmo quando alguém usa esta palavra significando possessividade, egoísmo, obsessão, desejo pelo sexo, um desejo doentio (que reflete uma doença mental) alterando totalmente o seu significado original.

Sinceramente, não sei mais o que estou fazendo. Este texto era para definir as minhas carências e o sentimento que ninguém me ama e que ninguém nunca me amara. Então porque, eu estou tentando, inutilmente, definir o que é o amor? Eu sai totalmente dos trilhos. Emendei um assunto no outro. Sabendo o que é o amor ou o desvalorizando não vai me ajudar em nada. Discutir o amor teoricamente não terá nenhuma repercussão na minha carência. Deveria falar, que não me amo definitivamente e que nunca vou me amar. Já que sinto nojo de mim e me vejo com um total inútil. E não consigo achar nenhum valar para me valorizar. Enxergo-me como um sujeito sem nenhuma iniciativa, medroso, molóide, tímido ao extremo; fico, na minha mente, a minha imagem, de quando estou paralisado diante das pessoas, imóvel, mudo feito uma topeira (acho que é cego como uma topeira), totalmente calado, tímido e esta imagem de songamonga, Zé ruela, nerd, etc, é o que fica na minha mente. E é com esta imagem que me defino e a partir dela é que tudo se encaixa e da sustentação ao grande desamor que sinto por mim, criando infinitas duvidas e inseguras e carências... E esta auto–imagem é auto-alimentado por este estado perpetuo, perpetuamente...

Outra vez eu fugi do assunto. Tentando definir outros aspectos da minha psicologia. Quando na realidade eu deveria dizer simplesmente. Ninguém gosta de mim e ninguém nunca irá gostar de mim, e pronto, independente das razões e das motivações. Eu, por não ser amado por ninguém (mesmo que alguém me amasse não sei se isto mudaria alguma coisa) nunca aprenderia a amar, nem a mim mesmo, ou principalmente, a mim mesmo. Sou carente e pronto, infinitamente carente. A duvida que ninguém me ama sempre ira persistir, mesmo que alguém me amasse verdadeiramente, o que é impossível. Ou ninguém ira me amar da maneira que eu gostaria que me amassem. Neste texto eu ria dizer que ninguém me beija, ninguém me abraça, ninguém faz um carinho em mim, nem diz palavras de amor, mas é melhor deixar para os próximos...

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