Vende-se um EU

quinta-feira, fevereiro 15, 2007

O eu é o principio orientador que da sustentação ao ser. É o seu leme, que indica uma direção, um propósito, e princípios que o faz perseguir o que é bom e lhe trará felicidade. O eu esta no centro da consciência e na sua periferia estabelecesse as varias ramificações que corrompem a pureza do eu. O eu quando é forte pode controlar a consciência, quando é fraco a periferia, ou o mundo externo ou os traumas existentes, tomam conta da mente e o eu morre. Este ser se torna um fantoche de si mesmo, vitima de seu próprio passado ou do personagem que precisa interpretar o tempo todo para justificar a sua inabilidade em gerir a própria vida. Desta forma, o eu perde a sua função, e a consciência tenta o eliminar, obrigando-o a por fim na própria vida. Outras vezes, totalmente incapaz de gerir a própria vida, desgovernado, sem rumo, confuso, perde o contato consigo mesmo e enlouquece. Por vezes, não enlouquece, mas vive uma vida como se estivesse louco, um “louco manso”, é o caso da anulação. A pessoa se auto-anula, pensa que não tem nenhum valor e é visto pela sociedade, no seu pensamento, como um estorvo, indesejado pela sociedade, odiado, um ser asqueroso, nojento. Ele transfere para a sociedade todo o seu desamor, e todo o nojo e sentimento de incapacidade... E este é o meu caso. Por não ter realmente um eu, por ter um oco imenso em minha alma, um vazio estrutural onde a periferia desaba, fazendo ruir toda a minha consciência.

Por não saber gerenciar a minha vida e por ter me transformado num fantoche de meus traumas e preconceitos, perdendo completamente a habilidade em me governar. Transformando-me em vitima de mim mesmo, vitima do esquema que construo para me defender da minha visão pessimista da realidade e da sociedade, somando a isto, o meu sentimento de total inaptidão para viver. O meu comodismo, a minha passividade a minha falta total de iniciativa (e iniciativa é um principio fundamental do eu). Por causa disto e de muitos outros motivos resolvi vender o meu eu. Vender, alugar, doar, eu faço qualquer negocio. Quem estiver interessado no meu eu para usá-lo como bem entender, sem nenhuma restrição. Entre em contato comigo urgentemente. Antes que este eu deixe de existir, ou morra por pura incapacidade de viver. Eu já desisti de mim mesmo.

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