O meu pensamento é tosco

sábado, março 03, 2007

Não sei se a humanidade me detesta, ou se eu detesto a humanidade. O ódio é um sentimento perturbador, mas que provoca um grande prazer. Desistir deste sentimento é quase impossível. O melhor é não resistir, e deixar-se levar... Por favor, me de uma linha de raciocínio qualquer... Eu preciso preencher pelo menos duas folhas de papel. Linha de raciocínio, linha de raciocínio... O pior é que o cérebro pensa! Se não pensasse, certamente, eu seria o rei do universo. E o meu pensamento, este que estou pensando e está pensando em mim, não é dos melhores. O meu pensamento é rocambolesco, desalinhado, desorientado, não tem uma espinha dorsal; eu tenho um profundo dó do meu pensamento. E olha que o meu pensamento mesmo corrompido pelas emoções de raiva e carência tem uma aparência de suposta tranqüilidade; um lindo por do sol num mar azul, sumindo por trás de um vulcão guspindo lava incandescente e do lado uma tempestade de raios englobada por um furacão hediondo, é só isto mesmo...

Bem que o pensamento poderia pensar sem a minha presença. Pensa pensamento! Pensa pensamento, pensa bem pensado! Porque se você não pensar direitinho, eu vou te tirar do meu cérebro com as minhas próprias mãos! Massa encefálica apodrecida... Pus do ato de pensar... O sangue em ti é mais nobre, por isto, mais doloroso. E o pensamento, que não sou eu, pensa a respeito de si mesmo e neste jogo perverso eu simplesmente sou um títere, possuído por este pensamento que não sou eu e não pensa sobre mim; sou um médium de mim mesmo, a pensar no pensamento que pensa a si mesmo pensando que está pensando, mas está sendo pensado por outro pensamento que o sucede infinitamente... No fundo somos um canudinho oco e sem vida e uma energia, que pode ser chamado de Deus, nos percorre sem que a nossa existência tenha qualquer valor... Somos um zero por onde esta energia passa. Como seu tudo isto! É simples eu sou Deus! Desculpe, eu só escrevi isto porque estava necessitando urgentemente de aumentar a minha auto-estima. Sorte minha que com esta trapaça não peguei no revolver não dei um tiro na minha linda cabecinha! Mas! Sejamos honestos! Isto é somente uma questão de tempo! Nós todos sabemos qual vai ser o meu fim. A morte é inevitável assim como o suicídio... Matar a vida é um ato de coragem e desespero... a covardia está em não enfrentar o “outro”. O problema está sempre no outro nunca em nós. E se pudéssemos exterminar o outro o nosso problema acabaria instantaneamente. Não que o outro não esteja em nós... ele está lá sim, e com muita convicção...

Em todo caso, preciso pensar seriamente na Naná. Coitada da Naná, eu estou na metade do livro e já sei que ela vai morrer deformada, carcomida, com chagas e pústulas, com o olho afundando na sua órbita; eu adoro ler o final do livro antes de terminá-lo. Se não fizesse isto não conseguiria suportar a ansiedade e desistiria de ler o livro. Coitada da Naná, minha queridíssima prostituta, tão bela, tão loira e carnuda e te defenderia do mundo inteiro e lhe daria uma vida digníssima... Você nunca teria uma morte tão horrível! E eu, minha queridíssima amada putinha, fruta de um escritor, preciso eternizar-te em mim e preciso trazer você à realidade. Um simples livro não pode ser o único local da sua existência. Exista em mim, querida puta...

Oh, meu Deus! Como o meu pensamento é tosco. Quanta baboseira sem sentido eu escrevo. Que nojo de mim! Eu deveria pensar como um autentico filosofo, ou um poeta, ou um grandíssimo escritor ou um cientista genial... E eu penso como eu penso! Há algum desastre mais catastrófico que este? Não há! Nem se um meteoro destruísse a terra não seria uma catástrofe tão grande quanto eu pensar como eu penso! Por isto, tirem, meu Deus do céu, minha nossa senhora, pelo amor de Deus, TIREM O MEU PENSAMENTO DA MINHA CABEÇA, PORRA!!!

Viu não foi tão difícil quanto você pensou que seria. E na realidade é tão fácil que não consigo compreender porque tenho tanto medo de me expor! Que horror!! Eu tenho medo de me expor para mim mesmo! Eu devo ser o cumulo da timidez! Eu tenho vergonha de mim mesmo, e tento me esconder de mim mesmo, para não ver as minhas terríveis e assombradas deformidades. Para eitar a dor da frustração e da decepção. Era para eu ter escrito este texto na segunda-feira e só estou escrevendo hoje na quarta-feira. E a minha perspectiva de futuro e não escrever mais esta semana, dando mais espaço para o meu medo crescer... E o pior é que tenho profunda consciência disto e não posso fazer nada para me modificar. A razão fala uma língua e a emoção fala outra língua completamente diferente; as duas nunca se entendem é uma eterna torre de babel despencando diariamente na nossa consciência. Pensei em terminar de forma triunfal. Mas o fim é sempre triste e melancólico... Ah, eu não quero ter uma morte tranqüila de jeito nenhum! Quero ter uma morte atípica e não natural. Decididamente eu queria morrer da mesma maneira que o sol vai morrer. Como uma grande explosão! Ajuntaria todo o ódio que há em mim e explodiria levando comigo toda a humanidade. Seria uma doce e magnífica vingança.

1 comentários:

Anônimo disse...

aqueles que conhecem o segredo podem todas as coisas, acordo todos os dias muito feliz e sou feliz quero posso e consigo conquistar tudo o que quero ,pensamento positivo so coisas positivas pensamentos negativos so coisas negativas. vc e tudo que vc quer no fundo do seu entendimento