Doença

domingo, novembro 25, 2007

Apesar de tudo o que falam de mim, considero ter uma doença pavorosa e incurável. Por mais que os outros me achem normal, e achem que o meu único problema é ficar remoendo a minha doença, só isto já seria o suficiente para me considerar um doente crônico. Achar que sou doente é um sinal de auto-estima baixíssima e pensamentos e crenças irracionais (catastróficas e pessimistas), a qual, não importa o porque, não consigo eliminar, já é suficiente para me considerar doente.




Há pessoas, que por mais normal que sejam, e independente do querer, do acreditar, ou seja lá o que for; por mais que tentem, não conseguem eliminar o vicio do cigarro, ou outros, e não conseguem superar um medo mórbido de barata, ou de chuva, por exemplo. Se até estas pessoas que tem uma vida "normal" e realizam todas as tarefas que todos são obrigados a fazer, não se escondendo, ou não tendo uma visão negativa da vida; até estas pessoas não conseguem superar um simples medo de chuva, que dirá de uma pessoa que sempre viveu se escondendo. Poderá ela superar o medo que a imobiliza? E fácil lidar com o medo de barata, ou de cobra, ou de aranha, e só se afastar do perigo; e ter medo de "pessoas" a qual é impossível se afastar completamente, e mesmo que se afaste, uma lógica perversa fará com que você queira se relacionar, por pura carência, por pura solidão!?

A maioria das pessoas tem problemas. Lidar com os problemas, enfrentar, superar, e ter amigos que o apoiem é uma coisa; agora, achar, que os seus problemas não tem resolução, se sentir só e desamparado, precisando esconder as suas angustias, fugindo da vida, e achar que a única solução para é o suicídio é totalmente diferente. Mesmo porque o problema do outro, independente do tamanho, não irá diminuir o nosso problema, não fará que a nossa dor seja menor, e nem tão pouco irá curar as nossas feridas; querendo ou não querendo o universo gira ao nosso redor, é impossível "ser", ter um sentimento de individualidade, sentir os próprios sentimentos e não achar que o universo gira ao nosso redor, pelo bem ou pelo mal, mesmo quando olhamos para o outro, e mesmo quando sentimos dó e compaixão e mesmo quando ajudamos o outro, e mesmo o mais solidário dos seres, ainda assim, o que o motiva é sempre um fundo de egoísmo; porque olhamos o outro, e temos compaixão pelo outro, não pela dor do outro, mas pela nossa própria dor, que egoistamente, transferimos ao outro. Não importa o lado a qual o outro olhe, dos dois jeitos, o universo estará girando ao redor do seu umbigo.

Se as pessoas dizem, se você querer estará curado, como num ritual evangélico que basta a sua vontade e Deus te dará tudo. Por mais que o querer seja forte, ou o acreditar, ele nunca irá fazer com que o céu deixe de ser azul, ou fará você voar como um passarinho; e mudar a configuração do cérebro, a sua matemática intríseca e primordial, sem falar, na sua bio-química, ou a estrutura física propriamente dita do cérebro, é tão difícil quanto mudar a cor do céu. E não importa se você for a pessoa mais otimista do universo, ou a pessimista, não importa, qual seja a ótica que você veja a realidade, ela será a mesmo, o que irá receber será igual em ambos os lados. Porque para a realidade, não importa a sua emoção, e nem a sua ação diante dela, ela te dará, matematicamente, o resultado que você fizer; um resultado que irá remeter a sua configuração básica, a sua genética original e a estrutura social e mental do seu ser... Mudar uma virgula da sua mente é tão impossível quanto mudar a programação de um computador sem saber como funciona a linguagem do computador; isto apenas se referindo a parte mental, o melhor programados do mundo, não poderá fazer nada para converter um péssimo processador num ótimo e rápido processador.


Considero a vida um estado de "doença". O tempo todo estamos lutando contra forças contrárias, e estamos sendo agredidos o tempo todo, pelo vento, pela água, pelo clima, pela força gravitacional, pelas questões sociais, de relacionamentos e interiores; pela natural decomposição, em vida, do nosso corpo, pelo processo de envelhecimento. Precisamos ter uma força contrária, uma medida contra ofensiva ou defensiva, para nos proteger de toda esta agressão que não cessa nunca. A vida, nunca se estabiliza, vivemos uma sensação de estabilidade momentânea, tudo passa, tudo muda, e precisamos nos adaptar sempre as novas configurações; é necessário, ter uma ação pro-ativa, que não para nunca; relaxar é impossível, descansar é impossível... a cura de nos mesmos, ou um estado momentâneo de não doença só é conquistado com muita força. O nosso organismo trabalha incessantemente neste sentido; nenhum órgão do nosso ser descansa, todos precisam "trabalhar" para equalizar este sistema, para manter-se vivo. A vida, desesperadamente e ansiosamente faz tudo para nos mantermos vivos, e tudo isto sempre acaba na morte. A cura da vida... não há cura para vida. A vida é um sistema imperfeito, ilógica, não há uma equação perfeita para "eternizar a vida"; a sua própria imperfeição fará com que ela seja vencida....


Tudo volta

Há um problema de recorrência, ou o eterno retorno. Tudo o que foi, vai ser, num futuro próximo, e tudo o que é, já foi um dia. Não se pode fugir desta lei. Tudo gira ao redor de si infinitamente, e neste girar, tudo se repete infinitamente; alguns mícrons de diferença são acrescentados, o que é uma visão de diferenciação que existe em nós, não que haja alguma diferença é óbvio. O sentido de original, não existe, nem a criatividade existe; nada muda, tudo continua sendo o que sempre foi, e sempre será... O igual é sempre o movimento, o movimentar-se deste igual dá uma falsa sensação de "movimento", ou de que algo está mudando e estamos vivendo ações novas; tudo o que existe é inercia. Fora da inercia, nada se move, tudo é ilusão. Quem está amparado pela inercia, este constitui o seu ser, a alcançou a soberania, não fica zig-zagueando sem sentido pela realidade. Tudo o que o põem a movimentar-se é ilusão, e perda de tempo, é repetir tudo o que você já fez antes, e irá repetir de novo... Quem para de se movimentar, este ganhou a liberdade, e não procura nada, pois já achou; as ansiedades vão embora e a vida embolorada desaparece; surge o eterno agora, que não cessa nunca. O movimento do tempo é uma negação da existência, uma anti-existência. Para existir é necessário deixar de existir, deixar de passar pelo movimento de ir e vir; não ir e nem vir; quando se assumi a inercia, tudo vem em nossa direção, tudo centraliza em nosso ser. Quando mais nos movimentamos, mais tudo foge do nosso alcance, tudo fica mais difícil e a ilusão se torna maior e nos engole a todos.

Insondável

Há problemas que são insolúveis, justamente por serem insolúveis. Não adiante nem ao menos procurar uma solução, tudo será perda de tempo o que nos resta e nos submeter a esta constatação e vivermos no "aguardo"... As forças mobilizadoras do nosso ser são insubstancialmente diminutas, a capacidade de auto-controle limitadíssimas, a visão que temos de nós e de todo o processo externo é míope e desfocada; só há um sentido dentro da nossa concepção da realidade, dentro das camadas a qual delineamos a realidade; o que é, é, um fatal engano, e sempre nos leva ao desvario. Quem vê alguma coisa é enxerga esta coisa está errado, quem vê e não enxerga nada este vê exatamente o que é necessário ver. Quanto mais vemos objetos, funções, logaritmos e lógicas, mais nos afastamos da realidade; e quanto mais obscurecemos a realidade e vemos uma nuvem sem sentido, sem propósito, diluído, perdido, então enxergamos o que realmente é e o que realmente existe...

Descubra o Grande Segredo por trás do Segredo

domingo, novembro 18, 2007

Eu tenho uma raiva tão grande destas pragas que infestam a sociedade moderna, a praga do fanatismo instantâneo. As pessoas estão tão carentes de significados para as suas vidas que qualquer coisa, seja o que for, já é o suficiente para elas acreditarem cegamente - não há nenhuma analise lógica do assunto.

Um caso destes é o Segredo, que não tem nada de secreto já que é conhecido a mais de dois mil anos; o próprio Jesus Cristo já disse: "Se acreditar que uma plantinha possa andar ela andará"; " Quem pede, receberá", e frases do mesmo estilo. Citando o poder da Fé. Se quiser conquistar isto, tenha Fé, Acredite e conseguirá. É de uma Simplicidade tão assustadora e tão Fácil que qualquer pessoa sem nenhuma qualidade pode alcançar... E está é a premissa básica, fazer com que todos possam acreditar, independente do esforço e de tudo que está envolvido, o que, atrai a todos, sem exceção. E este é o Segredo. Criar fanatismo e novos modos de dizer: "Você está curado!".

E o espantoso é que existe livros do tipo: "O segredo do segredo". Livros que tentam explicar o Segredo, como se existisse algum segredo por trás disso. Depois vem, como a vida de fulano de tal mudou ao ler o Segredo, ou o Segredo apresentado pelo famosíssimo João Ninguém - que é idolatrado por todos. E por ai vai. Todos querem pegar carona no "Segredo". O único segredo que existe e que os autores ficaram ricos, e tem muita gente querendo ficar rico por trás disto tudo; é o coitado que lê vai se decepcionar, ou pior, vai acreditar que a sua vida mudou como num passe de mágica.

Dizer Sim é Dizer Não!!

O próprio saber é uma antítese, algo que remete um processo anterior que na sua visão mais profunda é infinita e sempre chega a um ponto final crucial, e este ponto é sempre um estado onde tudo não existe na sua forma mais abrangente.


Ninguém diz Sim sem antes dizer Não, e o inverso é muito verdadeiro. O Querer está muito mais corrompido pelo Não Querer, do que se possa imaginar. Os opostos se aniquilam, os semelhantes se homegeneízam, e as antíteses se movimentam, criando uma direção própria.

O fim é sempre uma aniquilação dos opostos, ou a pasteurização das semelhanças, dai vem a suprema Paz, a imensa tranquilidade; só que isto é sempre a morte.

Na turbulência, quando os opostos, furiosamente se repelem, ou se agitam, dai vem a vida e o sentido da Busca - que não tem um sentido próprio -....

A dor é um processo natural do choque dos opostos, a dor só acaba quando os opostos não mais estão em oposição, quando tudo é igual, não há nenhuma diferença em relação a alguma coisa. E neste ponto, ou estamos mortos, ou perdemos a nossa consciência. Se temos consciência e criamos um atrito ou em nós, ou nos outros, estão em processo de Dor...

Auto-Referência

domingo, novembro 11, 2007

Há visões que são laterais por opção própria, a própria visão, por ser sempre uma "auto-referencia" tem sempre uma lateralidade intríseca. Querer toldar-se a qualquer visão é um erro. Deve-se olhar como num orifício dinâmico, sem se afixar a nada, olhando pelas bordas da imagem, e antevendo com o poder da lógica a distancia a seguir, ou o momento mais oportuno para agir... A reação deve ser instantânea. Se o pensamento for acionado, outros mecanismos entrarão em ação, e dai uma cadeia de eventos infinitos surge, o que nos deixa paralisado. O pensamento deve ser sempre focal, o que precisa ser genérico é a "visão do pensamento" - neste ponto somente a "intuição" deve agir, quem tentar realizar o papel da intuição pelo pensamento consciente ficará perdido.


O bom é mal, e o mal é bom!



Detesto - até o ato de detestar é um ato grandioso; ao lado do horroso "amar" - sendo que a razão do amor é sempre uma falha no caráter, um instinto de auto-piedade; menorzinho diga-se de passagem, a falsidade do "bem" - mascara sempre uma "falta", um medo oculto; medo de não ser "bom o suficiente", ou "forte o suficiente". Tenho ódio dos adoradores do bem, aquele que enfraquece o coração alheios e os tornam débeis e frágeis; estes são os piores - os aduladores. Estão na decadência - a decadência que somente a falsa moralidade pode nos apregoar, e são levados por ela; deixam-se ser levados... Não tem força, nem convicção, precisam "agradar".


Ser na sua máxima consideração e "matar" o que o outro é. Ser é sempre combativo. Ser e quase como uma ação psicopata. Quem é impõem a sua vontade a força. Seja a força do seu pensamento, ou força da sua brutalidade, ou a força da sua sedução, não importa; - ser é sempre matar o que o outro é.

Detesto aqueles que amam o "bom", acima do "belo". O belo mesmo que seja "ruim" é sempre melhor que o somente "bom". O bom é sempre uma maldade consigo mesmo e com os outros. O mal é bom, e o bom é mal. Melhor ter um amigo que nos pisoteia quando estamos tristes e fragilizados, do que um que nos da colo e consola. Quem é consolado sempre abaixa a cabeça. Quem é agredido sempre aprende a lutar. O consolado fragiliza-se mais ao ser consolado e se torna um bobo, piegas, mendigando um carinho esdrúxulo. Aquele que apanha da vida este fortalecesse, este confia em si, e se torna um rei, alcança a soberania a suprema independência.

Quantos gênios da humanidade se tornaram gênios sem apanhar da vida, sem sofrer!? Quantos gênios se tornaram génios sendo simplesmente consolados? Não encontrarão nenhum! De verdade nenhum. Quem se fortalece se fortalece sobre o signo da "violência", da iminência da "morte", quando não há nenhuma opção além de lutar. Ao ser acuado, e nos sentimos ameaçados por todos os lados, e não vemos nenhum refugio, nenhum ombro amigo, nenhum "consolador" - que iria matar o nosso desenvolvimento -, e que retiramos do fundo de quem somos toda a força para nos superar, para vencer a guerra da vida, e nos tornamos o criador da nossa própria vida. Este é o segredo da prosperidade infinita. Qualquer outro que lembra "amor", "bondade", "caridade", irá falhar e transformar a sua vida numa torrente de comodismo.

Agradeço a todos aqueles que me deram pedradas. Sem estes nunca poderia ser tão hábil na arte de "desviar". Agradeço a todos aqueles que ameaçaram a minha vida, estes me ensinaram a ser um corredor nato. Agradeço todos aqueles que tentaram me matar, estes me ensinaram a me defender. Agradeço aqueles que me xingaram, me humilharam, estes me ensinaram a me impor as contrariedades e a falar mais alto, a pensar mais. Agradeço todos aqueles que nunca me ajudaram e me deixaram mofar num quarto escuro, estes me ensinam a pensar, a investigar, a achar as soluções com os meus próprio esforço, e sobretudo, me ensinaram a confiar em mim e nos meus potenciais. Agradeço toda a carência de amor que tive, isto me ensinou a amar o que eu sou; e a glorificar o meu pensamento. Agradeço ao isolamento forçado, isto me ensinou a ser diferente, olhar tudo com um olhar de "contrariação", e de não aceitar o que as massas me impõem, me ensinou a ser "original", a ser eu mesmo; sem a perversa contaminação do outro.


Filosofando...

domingo, novembro 04, 2007

Todo mundo tem uma lado provinciano desconhecido, guardando aquele ar remanescente da velha utopia; até os mais "liberais" se forem investigados, descobriram esta falha no caráter, ou deficiência iminentemente humana. Por minha parte, não consigo ver nada além de uma formato padronizado do pensamento a qual cristalizado da origem a um todo desmilinguido, estropiado, um rascunho mal feito de seus próprios ideais. Na idealização do ser, atribuir formas é um erro enorme, e por não comete-lo, não engesso a minha postura. Muito pelo contrário, vejo a partir de uma ótica ligeiramente diferente. Não me enclausurando num estado de "contemplação", promovendo uma interação dinâmica; onde o postulado máximo é a contradição, a analise, e a critica dos setores dispersivos. Não ficando parado nem em um, e nem em outro lado da questão.

Sem rumo

Eu sei que o saber não tem nenhum conhecimento além dele próprio, é uma antítese, "anti", porque contrária um movimento recíproco; pensamos ser isto uma verdade, quando é uma inutilidade que carregamos. Livrar-se deste movimento é livrar-se de qualquer impedimento que nos prende a uma falsa convicção de nós mesmo, a ação libertadora deste processo nos eleva a um posto superior, onde olhamos para os outros, com um "respeito" desrespeitoso. Ofendendo a falsa segurança deles, e glorificando o nosso novo estado. Por isto, quando olho, sempre olho com uma proporção ligeiramente diferente da realidade, turvando a minha visão para um lado ou para outro, e envergando a realidade num contexto diferente. Ademais, a própria contextualização de um objeto é um paradigma errado, a qual utilizamos freqüentemente, nunca penso num "ente" como se ele fosse ele mesmo, sempre tento ver tudo o que ele não é para depois ver o que ele é; desta forma não peco pelo excesso de "julgamento". Sabendo que nunca julgamos o outro, apenas colocamos a nossa visão de mundo distorcida no outro; o outro em si, é inacessível a qualquer julgamento, somente nós podemos julgar a nós mesmo. Visto que, temos uma visão adequada do problema que somos, e a solução que pode ser aplicada a nossa resolução. Todo julgamento externo sempre passa pelo preconceito de uma realidade que só pode ser aplicada a nós mesmo.

Agora, que escrevi um monte de babaquisse que nem eu mesmo entendo. Vou declarar uma verdade insubstituível. Por estarmos presos a nós mesmos, e por ter uma visão nossa a respeito do outro, e por tentarmos deformar a realidade segundo o nosso próprio meio de percepção acabamos por destruir a nossa própria realidade e visão de mundo. O nosso julgamento a respeito do outro nos impede de ver a nossa própria condição diante deste julgamento. E quanto mais isto acontece, mais nos perdemos num mar de ignorância que foi construído por uma visão externa de nós mesmo. Deveríamos apagar o "mundo externo" antes de participar dele, quando isto ocorre, nos libertamos de muita coisa, e temos uma visão mais abrangente do mundo externo; isto porque antes de "externalizar", internalizamos o mundo, e a partir deste foco conseguimos perceber a realidade da maneira que ela realmente é.

Estou cansado de escrever bobeiras. O meu pensamento está pensando (pleonasmo) um padrão muito "rocambolesco". O que me irrita profundamente. Quando não saio do mesmo lugar, e esta saturação, tudo isto me deixa revoltado com o meu ser...

A dor da alma

sábado, novembro 03, 2007

Deveria existir uma cura para as feridas da alma. Estas que doem, doem e não param nunca. Uma dor física é bem melhor, já que sabemos mais sobre ela... As dores da alma, muitas vezes nem sequer sabemos porque está doendo, e qual é a sua cura; temos alguns indícios que nos apontam para uma suposta causa, mais isto nunca deixará de ser especulação.
Apesar de vivermos em nosso cérebro, dá a impressão que somos um hospede indesejado; que no máximo somos suportados pelo inquilino, e só não nos expulsa porque talvez ele não possa. Algumas vezes eles nos expulsa e ficamos definitivamente loucos.
O que mais doe é a consciência da nossa dor, se pudéssemos esquecer ou transmigrar o sofrimento e ver um horizonte por detrás destes empecilhos, enfim, ficaríamos livres. E é um horror! Parece que quando mais a pessoa é "inteligente" o sofrimento aumenta; há pessoas que são tão "desligadas" que poderia passar um caminhão em seu pé que não iria nem dizer um "ai". Quanto mais tentamos descobrir as causas, quanto mais nos aprofundamos em nosso ser, quanto mais procuramos obter uma resposta, uma solução, mais o sofrimento aumenta, e a solução se distancia de nós. E como reagir a isto?

Fico na beira da loucura. Rezaria para enlouquecer de vez. De perder o controle e sair gritando para expulsar todos os demónios que existem em mim. Mas a noção de "servidão" é tão grande que preferimos ficar imobilizados, olhando para um lado e para outro, não acreditando que isto está ocorrendo conosco. Até que seja iniciado um processo "externo" que nos faça sair deste limbo. E isto nunca irá ocorrer. Então ficamos imobilizados no sofrimento.
A mente humana é um embrulho que embrulha a si mesmo, parecido com as camadas de uma cebola; ou é um nó que foi dado propositalmente e se enrosca em si mesmo, e quanto mais se enrosca mais as suas potencialidades aumentam; o embaraço esta sensação de não saber o que fazer e como reagir é essencial para o cérebro. A mente é um labirinto sem fim, e não há saída, não há nenhuma noção mínima de matemática ou lógica que indique alguma linearidade ou algum padrão definitivo; estes padrões estão acumulados um em cima de outro, e cada um criando atrito nos outros e tal forma que para conseguir ver uma solução e necessário decepar pelo menos metade do cérebro. Já que uma parte está ligada a outra e assim sucessivamente num embaralhado infinito, e para desatar este nó, para sair deste labirinto intrincado é praticamente impossível. Principalmente quando o detentor deste "cérebro" herdou anteriormente, por questões não resolvidas, ou acumulos de traumas e até algumas "qualidades" ou "defeitos" geneticamente adquiridos, um construção que nunca se resolve, e tende sempre ao desequilíbrio; onde as partes em conflitos se tocam, e... Dor!!! Uma dor impossível de se relatar!!!