1-19 Assunto já discutido. A minha dificuldade de escrever - 18/11/2006

domingo, novembro 19, 2006

Algumas vezes – ou sempre -, me dá uma inquietação em relação a que escrever. É uma espécie de indecisão mesclada com um sentimento de incapacidade –uma grande sensação de incompetência. E isto me deixa imobilizado. A minha mente fica em branco e não ocorre nenhuma idéia. A parte cerebral responsável em criar e prejudicada e atacada ferozmente pelos meus sentimentos de negação e repressão – que enjaula em mim todas as minhas criações -, inibições relacionadas com a minha tendência a me autodestruir, autoflagelar-se, autocomiseração que impõem uma grandiosa ruptura com o meu eu, ou, uma finalização terminal da minha capacidade em expor o meu pensamento. Sem falar, obviamente, da responsabilidade (gigantesca por sinal) em representarem as minhas idéias no papel ou na realidade, ou, no palco da vida. O meu eu, incapacitado, cheio de preconceitos e visões negativas, quer se exibir, mostrar o seu conteúdo – motivado por uma tendência em obter aceitação, amor infinito, elogio e consagração definitiva da sua grandiosidade megalomaníaca e egocêntrica –mas recai sempre na sua autocritica severíssima e fica “imobilizado”

A construção do meu eu é uma construção baseada sempre na não aceitação de si mesmo, e na carência a qual sofri pela sociedade e na incapacidade de não me comunicar (verbalmente), tudo isto, infinitamente ampliado pelas humilhações (terríveis) que fui vitima desde o prezinho ate a universidade (maldita UNAERP, maldita!!!...), recalcada pela minha timidez crônica e genética.

Voltando ao caso da responsabilidade. Não posso em nenhum momento criar responsabilidades. Devo fazer o que devo fazer e criar o que devo criar sem esperar nada de mim, nenhuma expectativa... Nenhum sucesso. Nenhuma fama, nenhuma perfeição. Devo criar impunemente, com muita irresponsabilidade e desligado de qualquer esperança de obter sucesso ou triunfo. Se não ajo desta maneira a responsabilidade vai mexer com minha auto-estima e querer conquistar um espaço gigantesco. Eu não quero, de maneira alguma, ter responsabilidade sobre mim mesmo e a minha obra, quero viver sem nenhuma responsabilidade, pois tenho um medo mórbido e dantesco que não conseguirei suportar a carga de energia a qual estas decisões impõem, tenho medo de não ser capaz de responder aos anseios da sociedade e meus próprios anseios – não estou conseguindo me comunicar de uma maneira sintetizada, objetiva e direta eu não estou conseguindo convencer nem a mim mesmo. Estou titubeando e procurando no meu cérebro uma resposta e a uma sensação puramente emocional que esta distante neste momento. Por isto a minha escrita esta saindo rocambolesca e redundante. Devo, fazer uma auto-analise profunda, quando a crise da responsabilidade vier e tomar conta de mim.

Fico confuso em que escrever e como escrever, isto entorpece a minha capacidade de criar. Não sei qual assunto escolher e como dar vazão a esta sucessão de pensamentos. Acabo me perdendo e não conseguindo me expressar de uma maneira direta. Sinto uma ansiedade crescendo em mim e uma luta interna entre dois opostos, um que quer se comunicar e outro que quer calar... fico dividido. Às vezes o lado negativo vence com folga e não consigo escrever nada, outras vezes o lado positivo vence e me dá uma sensação de missão cumprida e uma enorme felicidade e minha auto-estima sobe e me sinto mais forte, como se fosse um “Deus”.

O começo e o mais terrível porque ele sempre envolve a criação do novo e no novo não estamos bem assentados, estamos sempre envolvido numa nebulosa de duvidas e indecisões. O pensamento não foi arquitetado e ele não tem uma direção própria. Ele se torna rarefeito e difuso... e corre por todas as direções procurando encontrar um caminho para se expressar, ou algo, a que lhe de uma forma definitiva... e isto deixa o cérebro desnorteado (a ansiedade pode prejudicar muito) o cérebro mesmo querendo expressar dica em branco. Ou seja, o que ocorre é a reação oposta à desejada. Muita calma e equilíbrio e necessário e principalmente cortar ou definir o motivo dos medos – fazer uma auto-analise, reconhecer o problema, promover uma solução, enfim... -, e ter esperança em si mesmo e na sua força buscar dentro de si uma luz um brilho uma inspiração divina. A fé é sempre uma grande solução nestes momentos, fé em nossas habilidades e reconhecer o nosso poder e na nossa capacidade em vencer as adversidades.

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