1-18 A minha personalidade diante da sociedade; mudança de personalidade; mudança de opinião; mutações das minhas idéias - 17/11/2006

domingo, novembro 19, 2006

As minhas idéias e opiniões são muito volúveis. Eu estou mudando de idéia o tempo todo. De vez enquanto eu próprio não concordo com as minhas opiniões. AS idéias podem ser maneiras de ver a realidade num determinado momento amparando-se sob uma ótica linear; um prisma de expectativas diante do mundo. Então, tento, de uma maneira diversa, me posicionar na sociedade com uma perspectiva, num campo especulativo, oposto. Colocando-me sob oposição, trabalhando energeticamente num ângulo oposto a da sociedade e de mim mesmo. Distanciando-me da realidade ou inventando uma nova realidade, ou recriando novas realidades e antagonizando com as realidades já criadas. Mantendo-me distante de qualquer paradigma ou não criando dogmas e nem preconceitos... apesar, obviamente, das impossibilidades que as emoções desequilibradas nos impõem (fixação de certos conceitos emocionais).

Eu não tenho um “eu” fixo, tenho um eu falso, um eu dissimulado... que simula a si mesmo de diversos modos. Casa eu, dentro de mim, tem uma existência “real” e pontos de vista diametralmente opostos um do outro; eles se mesclam, se misturam e brigam-se entre si. Eu na realidade não sou “eu”, porque me divido tanto, sou fragmentado... a minha alma esta “destruída”. Diante deste prisma o meu ser se torna uma multidão de personalidades diversas; posso ser terrivelmente mal, posso ser extremamente pessimista e derrotista, ou, extremamente bondoso e carinhoso, num estado posso estar debilitado e carente sentido-me solitário, outras vez, sou escrachado, patético, risonho, algumas vezes, sarcástico, cultivando um humor negro mórbido... A minha personalidade pode mudar de um ângulo para o outro com muita rapidez... ser numa hora uma coisa e numa outro momento ser totalmente diferente. Talvez, isto ocorra com todos os seres humanos, só que no meu mundo solitário não consigo perceber isto emocionalmente, e me acho único; como se a única pessoa a ter este nível de despersonalização no mundo fosse eu.

A minha personalidade, tem um propósito único e diverso, e em cada momento posso assumir um caráter diferente, dentro de um certo paradigma, ou um desejo enorme de ser amado. E isto muda a forma como me posiciono diante da realidade segundo o desejo oculto que se esconde dentro de mim. Às vezes, faço-me, extremamente carente (coitadinho) para ser amado; de certa maneira provoco a sociedade para descobrir como ela vai agir comigo. Para saber se a sociedade me ama, se interessa por mim. Sempre tentando obter da sociedade uma resposta favorável para solucionar as minhas carências, inibições, auto-estima baixíssima, inseguranças, etc... Só que raramente obtenho uma resposta favorável, o que, dentro de mim, desencadeia uma reação negativa contra a sociedade. Um ódio monumental e um desejo de aniquilas toda a humanidade. E como não consigo, alcançar o meu plano “diabólico” refugio-me na minha imaginação. E lá encontro uma satisfação ilusória.

A minha imaginação e um caso a parte para aumentar as minhas dicotomias. Ela, cria realidades múltiplas, algumas super otimistas e fantasiosas, outras vezes, terrivelmente pessimistas, catastróficas e um dramatismo sem igual. E o meu “eu” é jogado furiosamente de um oposto ao outro o que o deixa entorpecido, abalado, assustado e debilitado. Não consigo, de forma alguma, dominar a minha imaginação doentia, e nem muito menos, acalentar e fortalecer o meu eu.

As opiniões próprias e únicas eu não tenho , tenho uma variação de opiniões que muda drasticamente segundo um desejo oculto de obter uma (como já disse) resposta favorável da sociedade. E para isto preciso me fazer, o tempo todo de coitadinho, para saber se a sociedade sente pena de mim; ou, insultando a humanidade ao máximo, tirando qualquer noção de bondade, transformando-a num monstro odioso, satânico, cruel, despindo-a de qualquer traço de ética; para, que no fundo, a sociedade venha me contrarias, provando com letras garrafais e atitudes inquestionáveis que a humanidade não é ruim – tão ruim quando idealizo. Em suma, provoco a sociedade, sacudo-a, instigo-a, para que ela me de um retorno favorável. Só, que para complicar a situação, eu faço tudo isto num campo especulativo, pois não exteriorizo, de maneira alguma, devido a minha timidez crônica... Resultado, nenhum, absolutamente nenhum... Eu sou infelizmente assim, ou, tento ser assim.

Portando, não se assustem se num determinado tópico eu estou insultando a sociedade e em outro estou elogiando. Se digo uma coisa e num outro artigo estou me contrariando. Se num tópico assumo uma forma extremamente pessimista e violente e em outro bondoso e jovial. Em alguns tópicos serei contemplativo e filosófico e em outro metafísico e religioso, outros, científico e materialista... Enfim, as minhas opiniões mudam o tempo todo e estou me contrariando o tempo todo...

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