A solidão do abandono!!

segunda-feira, outubro 15, 2007

Eu existo? Sou alguma coisa? Na verdade eu sou um grande merda. Não tenho importância nenhuma para este universo. Se eu não existisse o universo seria da mesma maneira. Nada mudaria. A minha existência é um terrível engano. Com certeza, Deus, sabe que cometeu um erro e se arrependeu amargamente. Agora, até Ele, reza para eu morrer o mais breve possível. Para limpar o mundo da minha indesejável presença. Não sei o que fazer. Nem coragem para morrer eu tenho. O meu rumo é o litoral perdido do atlântico sul, onde mora a desilução, e os sonhos, antes acalentados, foram despedaçados; só restou mesmo a ausência deste sonho, o buraco que abriu em meu peito e não quer sair de jeito nenhum. Vou para além do mar, além das montanhas, do inconsciente, onde brinco que me movo, mesmo estando perpetuamente parado. Vivo aventuras fantásticas, que só existem no meu subconsciente, fora dele sou um nada. Um nada que é um tudo de sofrimento. Se conseguisse ser um nada em consciência, seria tão feliz, me alegraria, com... o nada... e seria feliz. Mas como sou. Há solução!? Se algum anjo dessese do céu me explicasse porque? Se um santo caísse do céu e me desse as explicações necessária, e me colocasse num caminho qualquer. Se de vez enquanto, Deus dessese de seu pináculo, e fosse socorrer os sofredores. Mas...

O meu caminho é sempre o nada. É este o meu rumo. O tédio me espera a seguir. Vou voando rapidamente nos desfiladeiros descontínuos do céu azul e murmurante, dentro deste meu eu, que para todos, é um não-eu. É o paradoxo do meu ser, que engatinha, num lamaçal feito de cadáveres humanos; e a decomposição que se aproxima todo dia. E a paralisia em vida. A morte que ainda não levou a vida embora, mas já deu todas as suas características essenciais.

Me movo? Existo? Sou alguém para mim mesmo? Dilemas eternos que não cessão nunca, e que atormentam a minha consciência todos os dias. As horas passam com sofreguidão. O relógio corre numa lentidão tão grande. E a hora da minha morte. Quando chegará? Se tivesse um consolo qualquer, para me ocupar enquanto não estou fazendo nada, além de esperar que a morte sepulte este meu corpo que já está morto. A minha iniciativa morreu! O meu desejo de ser feliz morreu! A minha vontade de lutar morreu! O meu amor-próprio, ah, este nunca existiu! A esperança não foi a última a morrer e sim a primeira. Na verdade não posso dizer que nada morreu em mim, porque sou semente ruim, semente que não dá fruto. Verdadeiramente nunca “NASCI”, nasci morto e me esqueceram de enterrar. Os meus sonhos não são sementes que brotão em mi, as pessoas que rodeiam o meu ser não são amizades que vingam e crescem. Sou uma tumba, onde morro, e faço tudo o que está ao meu redor morrer!

Viver! Pra que? É inútil, não tem necessidade, não há esperança... A vida é uma maldição! Uma total inadequação com o todo, e com os vivos. Os, vivos, coitados dos vivos, que precisam aturar, a vida, esta visita indesejada; e que só causa dor, desilusão, frustração, angustias e medos! Não! A vida foi um acidente de percurso na evolução do todo. Mas, é um acidente que dura por uma fração de segundos, pela concepção do universo. E nós logo diremos, tchau!!

A minha alma é uma pilantra. Uma malandra que me passa a perna. Um delírio consciente de continuidade. Logo, este deliro acabo. A morte sepulta todos os delírios, todo o romantismo, que os seres têm em relação a si mesmo, e só resta o pó. Este que um dia Irá desaparecer no todo e nem o seu rastro deixara. E ninguém, consciente ou não, irá pensar: “A vida existiu?”. Não ela não existiu foi um sonho que passou, agora, vivemos plenamente, e eternamente o pesadelo infernal do nada, da total ausência de tudo. Mas é uma ausência tão repleta de completude, de tranqüilidade, como um mar azul sem ondas e sem mar, as ondas da ausência não causam reverberação nem em si e nem no outro.

Solidão. E esta a maior amargura de todas. Estar só. Ter certeza que nós não fazemos parte de algo maior. Ter a certeza que a nossa presença é sempre indesejada. Estar a margem de tudo que é grandioso, feliz... Olhar para a sociedade, para as pessoas, para a natureza, para tudo, e sentir que nada disto te pertence, nada disto está aí para o seu usufruto. Olhar e se sentir só, terrivelmente só, e desconectado, do todo e de si mesmo. Ir se apagando a cada segundo. É um vazio que cresce, e cresce... Você não merece, você não existe, você não é amado, nunca é lembrado, você sente uma dor no peito tão grande, tão lastimosa, tão penosa, e não vê nenhuma outra saída. Os seus dias são puro sofrimento! Não há nada pior do que a ausência de afeto, e tudo que isto acarreta na vida das pessoas. Ser e não ser!! Cresce um abismo infinito em seu ser, e quando você percebe, para os outros, você não existe, talvez nunca existiu. E cai numa tristeza tão profunda. O seu corpo tomba, a sua alma tomba, o seu desejo tomba, tudo tomba... cansaço, é isto que sente. Cansaço, desanimo, desalento... E você, olha o ponteiro do relógio, segundo a segundo, passando com uma lentidão insuportável. E você olha, e não acredita, olha e espera, olha e sente dor, sente ausência, sente, o vazio, o tédio, o nada... E deseja o fim. O FIM!!!

2 comentários:

Anônimo disse...

Conferindo as novidades deste blog de Qualidade. Bjos, Aninha

CDAD disse...

Oi Cesár, muito bom o seu blog! Te conheci pela campanha blogs de qualidade! Parabéns! Bjs.