Enterrado VIVO!

domingo, outubro 14, 2007

Se pelo menos eu saisse no final de semana, e não ficasse trancafiado. Quando entro no meu quarto, ou melhor, quando me enterro, fico o tempo todo me torturando, me sentindo, terrivelmente só, terrivemente isolado, e ai, começa a auto-flagelação psicologica. Ficar um segundo no meu quarto é uma tortura sem igual. Se pudesse eu sairia, se não tivesse esta doença maldita... Gostaria que existisse um remédio que eu tomasse na sexta feira à noite e só acordasse na segunda-feira. Para não sentir este terrível sofrimento. Ficar um segundo no meu quarto já é o suficiente para ter certeza absoluta que ninguém gosta de mim, e que sou um inutil, um total fracassado.

O meu quarto é um caixão. Imaginem um caixão. Você está enterrado vivo como eu e por mais esforço que você faça não consegue sair. Luta bravamente, esfola as unhas que saem mais você não desiste, grita e pede socorro mais ninguém te atende. Você está num cubiculo pequeno, tudo está escuro, e é alimentado por uma gota de agua que cai, e o oxigenio entra com dificuldade. Você utiliza todas as suas forças e nada. Chega um momento que tem certeza absoluta que nunca mais vai conseguir sair deste caixão. E vive, uma vida, tediosa, limitada, e espera a morte, porque você não vê nenhuma saida, nenhuma saida.... O meu caixão é o meu quarto, a barreira que me impede de sair são os dramas psicologicos que agitam o meu ser. Na minha concepção de vida não vejo nenhuma solução...

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