Insubstituível!?

sábado, outubro 13, 2007

Está é uma pergunta elementar no meu nivel clinico de psicologia. Qual é a importancia que tenho para a vida das pesssoas. Sou uma pessoa insubstituivel? Ou sou um mero "passante", que hoje existe no coração das pessoas, e depois, some, sem deixar lembraça; ou, é lembrado exporadicamente em intervalo de alguns anos. E o amor vem com a "convivência"? Se convivemos muito com uma pessoa ela se torna importante? Obviamente que não, porque cada pessoa tem as suas peculalidades, e acabamos por gostar mais de tais pessoas do que outro. Pela compatibilidade de gênero, o jeito da pessoa ser e se expressar, e outros aspectos psicológicos e para-psicológicos que ninguém consegue explicar. E para mim é dificílimo gostar de uma pessoa; com as minhas inibições, paranóias, insegurança, não é tão fácil me "abrir". Admiro as pessoas que tem facilidade para fazer amizade e são elas mesmas independentemente de quem esteja próximo delas, porque elas confiam em si mesmo, e não iriam abaixar a guarda por medo de parecer ridícula, ou de falar uma bobagem. Elas são elas mesmas e não se importam com que os outros vão dizer. Gostaria tanto de ser assim!!

No entanto, sou diferente, e se não houver uma sintonia muito grande entre eu e a outra pessoa fico imobilizado, ou de medo, ou de raiva, ou de piedade delirante... Portanto quando acho uma pessoa que combina comigo, o que é difícil, fico num estado de alegria tão grande, e me sinto tão a vontade, que até parece que estou sozinho, e é raríssimo eu ficar próximo das pessoas sem estar com o corpo cem por cento tenso, isto é quase um milagre. Mas o que mais me incomoda quando entro neste estado de empatia é o ciúme, não um ciúme violento, mais um ciúme que me faz buscar o isolamento. Porque tenho que dividir esta pessoa que gosto com todas as outras pessoas que ela gosta, e isto gera competição, que na maioria das vezes levo a pior e sou derrotado retumbantemente. Ou, a pessoa a qual gosto, nunca irá me dar atenção que precisaria ter ou desejaria ter, e me sinto isolado, já que quanto maior o número de pessoas envolvidas, maior é a possibilidade de eu entrar em crise, e depois da crise, vem a necessidade de me isolar, para me proteger do amor não correspondido.
Eu sei que deveria existir troca em ambos os lados e por todas as pessoas que estiverem na relação, isto é o normal, o esperado, no entanto, quando a pessoa, no caso eu, tem Transtorno de Ansiedade Social mórbido, fica difícil me relacionar com todos, principalmente quando existe outros elementos estressores como música alta, e pessoas que riem ou falam muito alto; como não consigo chegar no nível deles, acabo desistindo, e cada segundo que passa, vou me isolando, até o ponto que pareço um "autista", a pessoa me faz uma pergunta e eu estou num momento de tal introspecção que não consigo responder, é difícil até mesmo para verbalizar uma resposta.
Todas as minhas crises que me levaram a me isolar sempre foram motivadas por "frustrações amorosas", ou a estranha sensação que ninguém gosta de mim, ninguém me dá valor, o que é patológico em mim. Me isolo como o último refugio para suportar a frustração de não ser como gostaria de ser diante das pessoas, e não ser tão amado, por não oferecer nada em troca. Porque ninguém vai gostar de um mudo, paralisado, que treme e transpira de medo.
As vezes penso que não há nada mais mercenário do que uma "amizade verdadeira", já que de ambos os lados, um esta sugando o outro. E o pagamento para esta amizade existir, é o entretenimento, igual ao sexo. Se você consegue entreter uma pessoa, e ela se diverte ao seu lado, ou seja, se paga pelo serviço, então está pessoa ira querer ser sua amiga, e da sua parte, você ira dar o melhor de si para que o outro não escape das suas garras. Uma troca genuinamente mercenária. Até da minha parte, ou da parte de todas as outras pessoas. Eu quero me modificar tanto, não por mim, mas para agradar os outros, para que eu possa ter a companhia dos outros, e para isto, preciso fazer curso intensivo de "entretenimento pessoal". Mas todos dizem, devemos primeiro agradar a nós mesmos! Não sei se esta lógica funciona para sempre. Quando você tem vários amigos, ou varias opções de "entretenimento pessoal", a sua confiança aumenta, já que se um amigo for embora você tera outro para substituir. E se a pessoa tiver uma auto-estima e auto-confiança anterior alta, ela poderá fazer novos amigos, e assim pensara: " estou agradando primeiro a mim". Mas quando ocorre um desastre na vida desta pessoa, um acidente por exemplo, que a deixe imobilizada numa cama, e os amigos, por falta de "entretenimento pessoal", forem embora um a um, e auto-estima do acidentado for diminuindo rapidamente então ele descobrirá que não basta agradar a si mesmo, é imprescindível agradar os outros também.
Em resumo alguém é realmente insubstituivel no coração do outro? Muitos serão por algum tempo, outros por um bom tempo. E outros ainda nem irão fazer cosquinha no coração dos outros! Gostaria tanto de saber o que os outros sentem por mim. Até quanto posso investir numa relação? Até quanto posso esperar de uma pessoa? Se poderei contar com ela num momento de desespero? E quanto tempo esta amizade vai durar? Enquanto certos eventos fazem com que eu encontre com estas pessoas a "amizade" existe, mas, e quando estas situações mudarem? Estas pessoas terão o desejo de me procurar? E eu poderei procurar estas pessoas sem ser chato, sem incomodar? Se elas já tem os seus amigos estabelecidos, um circulo de amizade solidamente formado, conseguirei ter um espaço mesmo que reduzidíssimo no coração destas pessoas? São inquietações tão grandes que me incomoda tanto a ponto de não querer me relacionar com ninguém. Porque já imagino: "ninguém vai gostar de mim". E na minha cabeça, ter um amigo, é uma batalha mais difícil do que derrotar um exercito com um bilhão de pessoas; imagina então a batalha que é arranjar uma namorada. É mais fácil eu ir a Marte e voltar do que conquistar o coração de uma pessoa!

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