A luz primitiva

domingo, outubro 21, 2007

Falta um quê de que em mim. Um brilho que enluva a alma, em uma fosforescente sensação de bem estar e plenitude, uma luz que brilha não pela sua luz, mas pela sua luz dentro desta luz na escuridão daquilo que se vê. Um filtro dentro de outro filtro, filtrando as oscilações da realidade. Talvez um renascimento, que me desprenda de mim mesmo, algo morto que acalento, que não é genuinamente meu, e foi me dado pelos meus pais ou pela sociedade e me prende a "imbecilidade" do ser; ou da contrariedade de não contrariar o que me é contrario.


Não sei qual é a grandeza do ser humano. Se é as suas realizações, ou, a suas faltas; o ser humano se torna completo porque é completo, ou, ele se torna completo justamente por ser incompleto. Nas suas faltas, nas suas debilidades, em suas carências e em todo o resto, onde há o lodo, pode surgir uma genuína alma pura; talvez o contrario seja também mais verdadeiro.

Quando buscamos o belo, e só enxergamos o belo, nos escondendo do horror, estamos dilapitando metade do nosso ser; que pelo ocultamento, se torna tão real, que a suposta beleza, entendida pelos nossos olhos, será maculada até não restar nada - somente dor e horror.

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