2-6 Um fantasma em meio à multidão!

sábado, dezembro 16, 2006

Há uma dor incrível hoje no meu coração. Tudo porque fui ao shopping ver um filme. Não por causa do filme exatamente, por causa das pessoas. Não gosto muito de ir para lugares onde existam muitas pessoas. Elas me parecem muito “egoístas”, elas não olham para a gente; elas andam na rua como se todos fossemos fantasmas. Elas desviam o olhar, fingem ignorância, como se nós não valêssemos nada, não tivéssemos nenhuma importância. Apesar de eu estar utilizando o plural, estou referindo a mim, unicamente a mim e a maneira que me sinto quando estou num local repleto de pessoas. E eu me sinto tão mais solitário quando estou em meio às pessoas, me sinto tão abandonado, e o meu olhar, pedindo ajuda, suplicando ajuda e amor, todo mundo me ignora... isto me deixa magoado e com um avassalador ódio à humanidade. Querem saber a intensidade? Hoje só se fala de um crime hediondo que aconteceu, pessoas que foram queimadas num carro. E eu... o que estou fazendo? Estou defendendo os criminosos, e colocando toda a culpa desde crime na sociedade, que marginaliza o cidadão, que não dá nenhuma oportunidade, que espezinha, que humilha e coloca o cidadão num patamar de inferioridade alarmante, e o ser humano só pode contar consigo mesmo, ninguém vai o ajudar, ninguém vai fazer nada... Nada justifica um crime destes!? Ah, sei... Como se o individuo tivesse atitudes próprias, fosse o senhor da sua própria genética, e não fosse influenciado em nada pela sociedade. Ninguém tem uma atitude que não tenha uma justificada. Tudo é justificado. A ciência explica. Nada ocorre, só por ocorrer, ou, ocorre por uma decisão única de um ser vivo, sem que todo o universo (leis que governam o universo) dirigisse esta decisão. A vontade que eu tenho é de pegar uma metralhadora e sair atirando a esmos por ai, até acabar com toda a humanidade, e não sobrar um ser vivo. É assim que uma pessoa se sente quando esta desconectada com a sociedade, perdeu a ligação e se sente desamparado, num mundo onde todos, todos mesmos, são os nossos inimigos. E não estou me referindo aos criminosos. Estou me referindo a todas as pessoas que eu vi hoje no shopping e me trataram como se eu fosse um nada, não tivesse nenhuma importância... Senti-me como se morasse em outro planeta, ou não pertencesse a este planeta, como se fosse um fantasma mesmo... Senti-me totalmente excluído, marginalizado, à rês do chão.... Tenho muita compaixão por todos os criminosos, principalmente, aqueles que cometeram crimes hediondos -aqueles que para a sociedade não há nenhuma justificativa. “Justifica, mas não explica” -, estes são os que mais defendo. Porque eles são a prova viva das atrocidades que a sociedade comete contra o individuo – e este crime, ignorado pela mídia, é que não tem nenhuma justificativa. As vezes me imagino como se fosse um super cientista e tivesse inventado uma bomba atômica capaz de destruir toda da humanidade. Eu era preso e mesmo na prisão comandaria as bombas e de lá explodiria as bombas e a humanidade seria a minha refém, se ela não fizesse tudo o que eu queria eu destruiria o planeta terra. Tal é o meu ódio pela humanidade. Bem, não gostaria de me prolongar muito neste assunto, pois penso em escrever um texto mais especifico.