2-3 Últimos acontecimentos da minha vida – nada viva

sexta-feira, dezembro 08, 2006

Como sempre estou encarando os meus demônios internos. Nem sempre é fácil e nem sempre é útil. Porem, não há outra opção; mesmo porque a fuga já contempla um fatal encontro consigo mesmo. E é nestes momentos que estou passando atualmente. É uma fase um tanto deprimente, porque a minha auto-estima é muito volúvel, parece com um bêbado que tenta se equilibrar; se equilibra por um instante e depois cai, num instante depois volta a se levantar só para cair logo a seguir... Ah, Mário de Sá-Carneiro, quando leio as suas poesias reconheço-me perfeitamente. Naqueles sonhos utópicos e depois o cair fragorosamente quando a realidade se interpõe nós esmagando sob sua força irresistível. Estou escrevendo hoje, por um esforço sobrenatural, preferiria mil vezes estar dormindo; ou freqüentando um torpor que somente Álvaro de Campos (Fernando Pessoa) poderia compreender. Hoje, notadamente, deveria ser um dia “feliz” e até era a alguns segundos atrás, mas agora, a felicidade já passou com uma violência bruta e um ardor ilógico, escorregou pelas minhas mãos... Gostaria de dizer algo surpreendente, algo que transformasse toda a humanidade, principalmente, a mim, no entanto, calma coração inquieto, o infinito te espera (não acredito muito nisto), só posso me apoiar num pilar nulo de contemplação. É; o meu pensamento está sem rumo, sem rumo, isto sempre acontece quando preciso escrever; mas, quando esta obrigação termina (hiper-responsabilidade-fantasiosa) as idéias vem por todos os poros da minha mente, e entram subitamente pelo meu cérebro e não posso catalizar todos os pensamento. Chega a ser um exagero de sentir, quando as amarras do inconsciente se solta e flui desordenadamente num arsenal furioso, em guerra, explodindo, repicando e volvendo todas as idéias amarradas numa profusão confusa e arrepiante: uma represa de sentimentos ululantes que acaba de ruir... Hoje, não queria encontrar comigo mesmo, porem, visceralmente, tive que realizar tal proeza e encarar tal batalha; preferia olhar para trás e não ver nada, nem a minha sombra...

Bem, vamos aos retrospectos. Estou tentando estudar, ou melhor, analisar, como um critica, poesias, e o primeiro escolhido foi Álvaro de Campos (Fernando Pessoa), tudo, ou quase tudo, já esta idealizado na minha mente, ou seja, há uma grande possibilidade desta critica permanecer até os fins do dia na minha mente. O objetivo seria descobrir como um gênio como Fernando Pessoa pensa, para que eu possa utilizar a sua “técnica”, tornar as poesias dele acessível ao meu nível de pensamento e desmembrá-las; assim, todas as pessoas, entenderiam mais de poesia e como uma poesia é construída. Não seria uma critica exata, seria a visão de um leigo em relação a um grande poeta (eu nem ao menos conheço gramática, ela é uma ilustra desconhecida). Este seria uns dos meus projetos atuais. Existe vários outros projetos, que “rebolam” na minha mente, porem, raramente são expostos a este temporal desfeito (vida) - como diria Mario de Sá-Carneiro -, devido ao medo de me expor, parecer ridículo, errar, bla, bla, bla, etc... Outro projeto mais ou menos interesse é colocar a minha opinião a respeito de vários assuntos que estão na moda, como: Anorexia, apagão aéreo, etc; e outros assuntos que surjam na mídia e tem o meu interesse. Mas até agora não encontrei coragem para criar um texto, quer dizer, eles já foram todos idealizados na minha mente, só, que repassar para o “papel” é outra historia difícil de contar. Enfim, vou caminhando, aos trancos e barrancos, ou algo parecido com isto, se existir... Durante esta semana tive centenas de idéias geniais (pelo menos é isto que a minha imaginação pensa), e todas elas foram sepultadas pela síndrome da “....” (ah, deixa pra lá, estava tentando imaginar um nome, mas o meu cérebro não esta funcionando bem, num outro momento, quem sabe). Queria reformular o meu blog, ampliar a sua funcionalidade, para ele ficar mais desenvolvido, e se igualar, a minha megalomania... estas coisas e outras que passaram pela minha mente. E outro problema terrível, terrível, terrível de tão fácil de resolver: antes eu escrevia no caderno e depois passava para o computador, dava um trabalhão danado, já podem imaginar, e tentei mudar o meu modo de trabalho (escrever diretamente no computador), o resultado, foi que não consegui encarar o computador, e nem ao menos escrever no meu caderno e fiquei alguns dias sem escrever nada... agora estou retornando, na quinta feira, o plano seria que eu começasse na segunda-feira (estou escrevendo no computador).

Resumo geral: Muitos planos, poucas realizações; dificuldades em expressar o meu pensamento num fluxo constante; idéias confusas, disparatadas, sem direção definida; uma eterna briga com a gramática (que me desculpem os professores de português); o meu “eu” se interpondo nele próprio causando uma auto-observação negativa, como se um espelho olhasse para o outro infinitamente, detalhadamente observando o seu contorno e “erros”... Gostaria de não ter um pensamento completo ou enigmático, ser uma pessoa simples (talvez eu seja), menos complexa e dividida, enfim.... ser normal, “não me analisar o tempo todo”, ser livre, irresponsável, irresponsável...

Ribeirão Preto, 07/12/2006 / 9:32 PM

1 comentários:

Anônimo disse...

Ufa....belas palavras