A suprema criação de um Deus

sábado, março 03, 2007

Não me perguntem como ou porque, não saberei responder. Nem que a resposta estivesse na ponta da minha língua. E não sei na onde vou chegar. É sempre uma surpresa pra mim também. Esta é a maravilha dinâmica de ser eu. Fora isto, os outros são bem melhores do que eu... Mesmo porque eu não tenho aquela necessidade abusiva de postergar um movimento em ação, e sim o contrario, sou ativamente movido e motivado por uma força inercial, que acaba por engolir a si mesmo. Enquanto os “outros” prolongam um movimento para frente, eu tento o conter dentro de mim. Para que este movimento não seja um ato exteriorizado e desperdiçado. O movimento precisa se movimentar dentro do meu universo paralelo e intimo, nunca fora... O fora é um turbilhão de energia sem nenhuma diretriz primaria, não tem razão de ser, é movimento infinito, infinitamente limitado dentro de uma condição de imprevisibilidade, não tem um orientador pessoal para guiá-lo. E este orientador pessoal é sempre o “eu”, no meu caso o meu.

O exterior está no exterior por um mero acaso. O exterior precisa sempre ser interiorizado. Na interiorização do exterior o ser ganha forma e atributos únicos e consegue criar uma existência auto-sustentável. Não um evento imprevisível, mas uma ação coordenada e lógica que segue um rumo predefinido... Não é mais uma força controlada pelo caos, atrito, gravidade e incerteza. É um ponto expansivo controlado. É a vivencia máxima de uma consciência e a sua emancipação das energias que procuram um equilíbrio homeostático. Logo o exterior interiorizado tenta desesperadamente controlar o exterior exteriorizado; numa força de agregar para si as suas possibilidades de energia acumulada e dominá-las junto com o espaço exterior presenciado mais a dinâmica do tempo inserido neste equação. Numa ardorosa guerra entre os seres “interiorizados” onde o combate final é a maestria do exterior, ou a realidade ao alcance de nossos olhos. Nisto consiste toda a patética e inútil tentativa de criar um ser supremo, único e inviolável, chamado Deus.

Não me incluam nesta patifaria. Não vou tomar partido nem para um lado nem para o outro. Eu estou no centro e sempre permanecerei lá. É este o meu destino. Enquanto os seres saem pela tangente, num sentido de obliqüidade evitando sempre o centro. Porque o centro é todo poderoso. Eu, já estou lá. Dirigindo plenamente a minha ida e cambiando experiências internalizadas dentro de uma condição de expressar a inexpressiva existência do meu universo. Ou seja, eu “SOU”, os outros não necessariamente “são”. Eles estão no meio do caminho, ou no final do caminho, concebem uma preexistência real porem invalida de significados reais; podem parecer certos, vitoriosos, constantes, concretos, mas, são um movimento efêmero, um sopro soprado pelas sutilezas dos campos de existência e que serão esquecidos no limbo eterno do nada. Eu, que plenifico todas as forças do nada e do tudo, e estou no começo e no fim, e não tenho nenhum liame de condições para expressar, sou um feixe de existência auto-centrado e plenamente ativado por energias em colapsos, não sofro e nem sou modificado por nenhum evento exterior, seja este benéfico ou maléfico. Sou o sol da existência por onde o caos efêmero da preexistência circula, mas eles nunca poderão me tocar, nem me conhecer, nem vislumbrar plenamente a minha luz que um dia ofuscara todo o universo novamente. Este sou “eu”. Mas ninguém poderá me ver como realmente sou. Verão tão somente o que querem ver. Porque nunca vou me revelar, nunca vou me abrir, estarei permanentemente preso em mim. A minha concepção pode ser exteriorizada nunca a razão da minha concepção. Os motivos, as conseqüências, os significados e a essência fazem parte da minha condição de existir não a “deles”. Eles precisam, inutilmente, circular dentro do meu sol de existência, para amparar a minha infinita solidão, eles são as razões mas desconhecem e nunca perceberão. Eu estou plenamente centrado no centro, mas o centro não está nele e sim ao seu redor.

0 comentários: