Relacionamento

sábado, março 10, 2007

Os relacionamentos são extremamentes difíceis. Porque cada um espera algo do outro. E o outro nem sempre esta disponível, ou pode atender as nossas reivindicações. E daí, enfrentamos a solidão ou carência. Para resolver este problema é necessário cultivar um amor próprio, cultivar valores importantes e dar um sentido a vida, a qual o ser seja o centro, e nunca esteja na periferia. Toda vez que extrapolamos o amor para o outro o nosso amor próprio diminui, é uma transferência, ficamos a mercê do outro, porque deslocamos o nosso centro, o que dá valor a nossa vida... Isto nunca pode ser feito. Nós precisamos sempre nos proteger deste desvio de energia. A energia precisa estar disponível para nós e para uso próprio, nunca pode ser desviada.

E por nos sentimos fracos e desprotegidos sempre precisamos do apoio ou da confirmação do outro. Além de existir um desvio de energia, também há um desvio em relação aos valores ou a inteligência... Olhamos para o outro, em seus olhos, buscando uma satisfação ou uma confirmação, para, inconscientemente, apoiar as nossas decisões. Nada mais abominável! Quanto mais fraco e impotente a pessoa se vê, mais será a necessidade da ajuda do outro, consequentemente, aumenta a carência a sensação de solidão e a incapacidade e diminui a auto-estima e distorce a auto-imagem. Cria na mente um ciclo vicioso, quanto mais precisa do outro, menos o outro é capacitado a satisfazê-lo, e maior será o sentimento de fraqueza... Este processo precisa ser interrompido imediatamente. Senão, o ser se torna cada vez mais debilitado, fisicamente e psicologicamente, e maior será o sofrimento. Isto, decididamente nunca acaba. Só quando a pessoa carente toma uma decisão radical e inevitável e tenta substituir a necessidade ilusória do outro pela auto-afirmação ou a capacitação completa de si mesmo através da independência e liberdade decorrente deste ato. Neste ponto, o medo explode e chega a limites incalculáveis... Este é o momento decisivo onde o ser se supera e enfrenta ou desiste e cultiva um derrotismo. E necessário construir, tanto no nível racional como emocional, um suporte enorme para amparar e fortifica-se gradualmente para combater a fraqueza interna. Neste suporte, é necessário, uma auto-estimulação constante e incessante. É necessário lembrar-se das suas obrigações, da sua doença, das causas e soluções, e tudo isto, através de uma vigilância constante e uma atenção redobrada, lembrando-se constantemente de suas obrigações e ação que deve ser seguida rigorosamente. A pessoa tem que colocar na sua cabeça de forma convicta e irredutível a sua nova atitude diante da vida e do outro. Nunca, poderá lembrar-se da dependência do outro, e a necessidade externa ilusória. Sempre que isto acontecer é necessário trazer a atenção para dentro, focalizando obsessivamente no eu, ou na função “eu sou”.

O ser nunca pode se ver como um individuo fraco e desprovido de qualidades ou habilidades. Deve-se despertar a suprema energia que existe em cada ser. O ser vê o que quer ver. E é o que quer ser. Quem força ou foca a sua visão nas debilidades ou fraqueza e todos os defeitos e impotências criando um ambiente de fracassos corroborada por uma mente pessimista, se transforma nisto, não porque é isto, mas porque focou a sua atenção nisto. Agora, quem foca a sua atenção nas possibilidades, nos caminhos a qual pode percorrer, enfatizando todas as suas potencialidades, construindo um horizonte iluminado de realizações, este prospera sempre, porque direcionou a sua mente para o local correto. Só é fraco quem se vê fraco.

Os seres nunca devem criar relações de co-dependência. Ambos sempre estarão insatisfeitos consigo mesmo e com a relação. Existira conflitos tanto internos quanto junta a relação a dois. Cria-se uma relação auto-destrutivas, de sangue sugas, se ambos estivessem solitários os problemas seriam menores. Deve-se sim criar relações não de incompletude, mas de completude. O outro não deve ser visto como solução para os nossos problemas ou carências. E sim como um complemento para que ambos unidos possam mais. Cresçam juntos. Numa relação de incompletude e carências os dois tentam manipular um ao outro, cada qual a sua maneira “roubando energia” e os dois ficam enfraquecidos e desequilibrado, gerando todo tipo de conflito. Quando duas pessoas se juntam com a idéia de promover uma evolução mutua, reconhecendo suas fraquezas e como o jogo da carência faz lidar com o parceiro, numa relação de incompletude para a completude, isto pode ser proveitoso para ambos. Num terceiro nível, seres completos, sem nenhuma carência, e resolvidos, procurando somar e não dividir, sempre tem êxito.

Quando se é carente é preferível ficar sozinho e reforçar as defesas internas, colocar fim na carência, para depois buscar um parceiro. Nas relações há o amor verdadeiro, quando ambos se preocupam um com o outro, ou quando predomina o medo, e ambos tentam se aproveitar um do outro, obtendo prazer... No amor verdadeiro não há espaço para o ciúme nem a desconfiança, amasse sem esperar nada em troca.

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