A dor da alma

sábado, novembro 03, 2007

Deveria existir uma cura para as feridas da alma. Estas que doem, doem e não param nunca. Uma dor física é bem melhor, já que sabemos mais sobre ela... As dores da alma, muitas vezes nem sequer sabemos porque está doendo, e qual é a sua cura; temos alguns indícios que nos apontam para uma suposta causa, mais isto nunca deixará de ser especulação.
Apesar de vivermos em nosso cérebro, dá a impressão que somos um hospede indesejado; que no máximo somos suportados pelo inquilino, e só não nos expulsa porque talvez ele não possa. Algumas vezes eles nos expulsa e ficamos definitivamente loucos.
O que mais doe é a consciência da nossa dor, se pudéssemos esquecer ou transmigrar o sofrimento e ver um horizonte por detrás destes empecilhos, enfim, ficaríamos livres. E é um horror! Parece que quando mais a pessoa é "inteligente" o sofrimento aumenta; há pessoas que são tão "desligadas" que poderia passar um caminhão em seu pé que não iria nem dizer um "ai". Quanto mais tentamos descobrir as causas, quanto mais nos aprofundamos em nosso ser, quanto mais procuramos obter uma resposta, uma solução, mais o sofrimento aumenta, e a solução se distancia de nós. E como reagir a isto?

Fico na beira da loucura. Rezaria para enlouquecer de vez. De perder o controle e sair gritando para expulsar todos os demónios que existem em mim. Mas a noção de "servidão" é tão grande que preferimos ficar imobilizados, olhando para um lado e para outro, não acreditando que isto está ocorrendo conosco. Até que seja iniciado um processo "externo" que nos faça sair deste limbo. E isto nunca irá ocorrer. Então ficamos imobilizados no sofrimento.
A mente humana é um embrulho que embrulha a si mesmo, parecido com as camadas de uma cebola; ou é um nó que foi dado propositalmente e se enrosca em si mesmo, e quanto mais se enrosca mais as suas potencialidades aumentam; o embaraço esta sensação de não saber o que fazer e como reagir é essencial para o cérebro. A mente é um labirinto sem fim, e não há saída, não há nenhuma noção mínima de matemática ou lógica que indique alguma linearidade ou algum padrão definitivo; estes padrões estão acumulados um em cima de outro, e cada um criando atrito nos outros e tal forma que para conseguir ver uma solução e necessário decepar pelo menos metade do cérebro. Já que uma parte está ligada a outra e assim sucessivamente num embaralhado infinito, e para desatar este nó, para sair deste labirinto intrincado é praticamente impossível. Principalmente quando o detentor deste "cérebro" herdou anteriormente, por questões não resolvidas, ou acumulos de traumas e até algumas "qualidades" ou "defeitos" geneticamente adquiridos, um construção que nunca se resolve, e tende sempre ao desequilíbrio; onde as partes em conflitos se tocam, e... Dor!!! Uma dor impossível de se relatar!!!

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