Tudo volta

domingo, novembro 25, 2007

Há um problema de recorrência, ou o eterno retorno. Tudo o que foi, vai ser, num futuro próximo, e tudo o que é, já foi um dia. Não se pode fugir desta lei. Tudo gira ao redor de si infinitamente, e neste girar, tudo se repete infinitamente; alguns mícrons de diferença são acrescentados, o que é uma visão de diferenciação que existe em nós, não que haja alguma diferença é óbvio. O sentido de original, não existe, nem a criatividade existe; nada muda, tudo continua sendo o que sempre foi, e sempre será... O igual é sempre o movimento, o movimentar-se deste igual dá uma falsa sensação de "movimento", ou de que algo está mudando e estamos vivendo ações novas; tudo o que existe é inercia. Fora da inercia, nada se move, tudo é ilusão. Quem está amparado pela inercia, este constitui o seu ser, a alcançou a soberania, não fica zig-zagueando sem sentido pela realidade. Tudo o que o põem a movimentar-se é ilusão, e perda de tempo, é repetir tudo o que você já fez antes, e irá repetir de novo... Quem para de se movimentar, este ganhou a liberdade, e não procura nada, pois já achou; as ansiedades vão embora e a vida embolorada desaparece; surge o eterno agora, que não cessa nunca. O movimento do tempo é uma negação da existência, uma anti-existência. Para existir é necessário deixar de existir, deixar de passar pelo movimento de ir e vir; não ir e nem vir; quando se assumi a inercia, tudo vem em nossa direção, tudo centraliza em nosso ser. Quando mais nos movimentamos, mais tudo foge do nosso alcance, tudo fica mais difícil e a ilusão se torna maior e nos engole a todos.

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