O que é o “eu”?

sábado, janeiro 20, 2007

O que é o “eu”? Qual é a diferença que existe entre o meu “eu” e o “eu” dos outros. Experiências subjetivas amalgamadas por traumas e desejos. Ou, obscurecidas pela inter-relação com o torvelinho desenfreado da sociedade, de nós mesmos e do mundo. Ou uma ficção de nós mesmos. O “eu” é uma criação da vida para defender a própria vida e expandir a consciência para outros níveis, porque a vida é uma forma de “parasitismo” virótico que quer agregar todo o universo. Mas na realidade o “eu” não existe, é uma emancipação de si mesmo, uma desestrutura mental, uma ruptura social, um afastamento; para tapar o buraco psico foi necessária a criação de um ser que pensa a si mesmo, quando o egoísmo deu origem ao “eu” e a sociedade padeceu por esta decisão. O “eu” é fundamentado pela superação do outro e a competição atroz que sempre foi um tópico importantíssimo da constituição da vida, onde todas as “vidas” estão competindo para que os fortes prevaleçam e os fracos sejam eliminados. E o “eu” é quando a vida se torna auto-consciente e o seu projeto inicial ganha estrutura e diretrizes auto-regulamentadas, a interação com o meio ambiente e a evolução lentíssima, por tentativa e erro, não sustentavam a ganância da vida, que teve que inventar uma forma mais forte e abrangente, investigando todos os parâmetros da realidade e se adaptando e a modificando com uma rapidez espantosa. Talvez o ápice do “eu” é a criação de um ditador e a supressão do “eu” a santificação de todas as virtudes. Numa medida “exata”, a vida, com sua sabedoria milenar, teve que dosar com perfeição o “eu” que deveria estar em sincronia com o “nos”; criando um “eu” social que é a somatória de todos os anseios de um povo e lutando contra tudo o que fosse contrario a este desejo. Porque o “eu” enlouquecido por atenção e poder colocava em risco o projeto da vida que teve que colocar um pouco de “carência” ou a necessidade do outro para se completar. Neste ponto as “consciências” procuram criar uma regra unânime para sustentar a sua permanência e evolução, criando relações por finalidades e simpatia. E o “eu” se torna uma expressão de adesão a todo o conjunto de informações sociais que estão circulando. E o “eu” que nasce para ser “individual” e senhor de si se torna “universal” e dirigido por leis sociais que estão em evolução.
Mas como “eu” sou “eu” e represento todas as duvidas, oriundas de todos os complexos de inferioridade e desmerecimento e sentimentos de abandono, carcomido por uma síndrome da passividade crônica, recalcada por uma falta de orientação e um estudo filosófico profundo, e como o meu “eu”, é um embrião mal formado ou um feto morto (um quase ser), não posso e nem devo ter uma opinião formada ou certeza absoluta, fortemente estruturada ou amparada por evidências cientificas e respeito de nenhum assunto.

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