Cortando o elo de ligação

quinta-feira, setembro 24, 2009

Continuando a batalha árdua para a desumanização do humano, ou a caracterização de todo o ser humano como essencialmente mal, psicopata e egoísta em seu âmago mais profundo, e também em toda a borda da sua consciência. Na verdade, a transformação do ser humano num monstro, generalizando ao extremo, é uma tentativa de cortar o elo de ligação, e criar um muro protetor para me separar de todos os seres humanos. Todo individuo faz isto, em menor ou maior escala... Para se socializar é necessário conhecer a extrema disparidade que existe entre o individuo e a sociedade, e como ambos são completamente distintos e separados. O individuo pode se relacionar com a sociedade, mas não pode esperar nada além disto, e nem colocar qualquer tipo de perspectiva ou esperança, em torno do que lhe cerca. A pessoa precisa estar totalmente precavida e em ultima analise acreditar somente em si mesmo, nunca colocar a sua força e esperança fora de si... E mais, qualquer identidade projetiva com o outro deve ser contida ao máximo. A beleza do outro pertence única e exclusivamente ao outro, está beleza nunca nós tornará felizes ou melhores, muito pelo contrário, a partir do momento que consideramos um ser bonito, especial ou apreciável, estamos cavando a nossa própria sepultura. Porque só achamos algo fora de nós bom, perfeito ou belo, quando fugimos de nós mesmos, quando desvalorizamos o nosso eu interior, e quando cresce em nós um abissal vazio existencial. Quando o individuo está cheio de si mesmo, está inebriado com a sua própria personalidade, e quando ele sente o seu ser como uma completa totalidade, é impossível achar qualquer outro ser belo - no sentido desta beleza nos hipnotizar. Aquele que fica hipnotizado com a beleza do outro, já está doente, já está se desvalorizando; esta cultivando o vazio existencial, e diminuindo a sua auto estima paulatinamente. No fundo, está tendo um "delírio psicótico", o seu "eu" está saindo do seu domínio particular e está tentando entrar, ou fundir-se com o outro, por ver nele qualidades que julga não existir em si mesmo. Quando o "eu" tenta sair de si mesmo, é imperioso coloca-lo dentro da própria consciência, não deixar ele fugir, e não deixar que ele se alimente das qualidades dos que estão ao seu redor.

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