Ser

domingo, março 16, 2008

Sou abstraído do pensamento. Pois pensar é ver além do que os nossos olhos enxergam. Ver é uma instituição básica, compreender vai muito além, e sentir passa da lógica para a intuição. Intuir é ver com o coração sem se prender a matemática. Todos aqueles que definiram, estavam definindo a si mesmo; delineando o seu próprio contorno, não saiam da esfera da sua pobre percepção obsoleta. Ver com os olhos da razão é uma simplificação, ver com os olhos do coração é uma síntese absoluta; pensar e pensar e multiplicar a realidade em fatores diversos que torna tudo confuso; uma nuvem dispersiva... Deixo os meus olhos verem e a visão me guia para um caminho, vou vagando imprecisamente, como que navegando pelo vento num mar plácido sem se me opor a nada; estou diluido na visão é penetro numa ilha distante... Vou catalogando emoções, e raciocinando pela tangente, esquecendo os meus próprios sentimentos (anulando o meu ser); adentro desta forma, na essência do que é o objeto. Não sou um campo de especulação, e nem um ordenador casual, vou definindo sem me definir, coordenando sem ser coordenado, e não me prendo a nada. Sou livre, livre principalmente de mim mesmo; porque não tenho anseios (eles já foram saciados), não tenho desejos (eles já foram saciados), não tenho necessidades (elas já foram saciadas)... deste modo, abre uma porta para eu simplesmente SER.

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