A morte como uma opção de vida

quarta-feira, agosto 15, 2007

As pessoas não deveriam viver indevidamente, sem que tenham plenamente condições, atendendo todos os pré-requisitos necessários. Se não for assim todos terão sofrimentos desnecessários. Pessoas que não estão aptas a viver, como eu por exemplo, deveriam morrer, ou por ordem do estado, ou por própria resolução; conhecendo antecipadamente todos as dificuldades, na maioria das vezes insuperáveis, e também o grau enorme de dor, ou por não ter condições cognitivas, afetivas, emocionais; sendo um peso morto para si e para os demais. Não há amor maior que matar uma pessoa que traz consigo um sofrimento insuportável e não tem a mínima condição de progredir na vida, e vive só por viver, sem nenhum sentindo, sem nenhuma esperança, nestes casos a morte é um ato benemérito. Deveria existir um teste de aptidão para saber se a pessoa tem condições plenas de viver, avaliando o seu estado físico e mental e a capacidade de gerenciar a sua vida sem o auxilio de ninguém, sendo plenamente independente; as pessoas que não passassem neste teste deveriam serem mortas, para o próprio bem e para o bem de toda a sociedade. Muitas tribos indígenas sacrificam crianças que nasceram com alguma debilidade e não serão independentes, e os velhos, que perderam a sua capacidade de viver autonomamente, por vontade própria e deliberada, se embrenham na mata para nunca mais voltar. E outros tantos, por doenças incuráveis, por estar em estado vegetativo ou de semi-consciência, e perderam todos os movimentos do corpo, optam por fazer eutanásia. Sem falar de milhões de pessoas, não suportando o próprio sofrimento das mais variadas formas, cometem suicídio. E outros que não cometem suicídio mas vivenciam uma aflição extrema, das mais adversas condições, sejam elas mentais, físicas, sociais (pobreza); vivem na margem, e nunca serão reconhecidas, e são “obrigadas” a viver... só não se matam porque acreditam numa ilusão de felicidade futura, que logicamente nunca chegara. Os pobres, por exemplo, que foram totalmente excluídos, e não tem nenhuma abertura social, e nunca terão plenas capacidades de desenvolvimento total de suas habilidades. Por carências afetivas, monetárias, educacionais; nunca terão o grau de desenvolvimento que um rico tem, nunca terão educação suficiente, não poderá concluir uma universidade por exemplo, não terão nem ao menos condições mínimas de sobrevivência, água, esgoto, moradia, alimentação; estas pessoas deveriam se matar. E de preferência num local publico, num suicídio coletivo, até mesmo, como forma de protesto contra a sociedade e as elites, não que eles fiquem sensibilizados é obvio, se não ficaram sensibilizados até agora como poderão ficar sensibilizados de outra forma. Mas com certeza este seria um evento, que mesmo pela desconsideração das elites, trariam mudanças em toda a sociedade; motivaria teses, discussões, debates; dariam inicio a movimentos organizados, etc. ... Afinal de contas qual é o valor da vida? Qual é o valor da vida para a pessoa que foi traumatizada e tem uma auto-estima descendente, e não tem energia e nem vontade para se sustentar? Quando uma pessoa tem qualidades, e status social é alegre e cultiva, não por si mesma mas geneticamente, um otimismo que lhe garantira muitas realizações e conquistas, o valor da vida desta pessoa é enorme. Agora imagina o contrario disto. Sinceramente, a vida pode ser uma benção que Deus nos dá, tanto quanto pode ser a pior maldição urdida por Satanás, tudo é uma questão de sorte. E eu nunca tive sorte na vida. Sou obrigado a sofrer todos os dias, com um milhão de angustias e inquietações tolas e irreais que este cérebro que não é meu porque não tenho nenhum controle sobre ele, produz... Ta doendo, ta, então se mata e acaba com esta agonia. Um tira na cabeça é muito mais dignificante do que viver se arrastando, sem perspectivas, sem rumo, com a ferida aberta sangrando, não conseguindo nunca se adaptar a sociedade (solitário, sem amigos, sem um afeto, etc.)...

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