A morte como uma opção de vida
quarta-feira, agosto 15, 2007
Autor Cesar Kadrashi às 12:12 AM 0 comentários
Marcadores: Desabafo
A repetição das dores
sexta-feira, agosto 03, 2007
Não canso de me repetir. Quem sofre verdadeiramente não para de sofrer nunca; e é sempre o mesmo sofrimento pelas mesmas motivações e sentimento de “insuficiência”; quando algo falta em nós, como uma peça fundamental do nosso funcionamento, seja um “amor”, auto-estima, sentimento de realização, algo vital, emocionalmente falando, então passamos a viver em função desta brecha psíquica, por onde todo o nosso aparelho mental esta baseado. Não conseguimos nunca seguir em frente, ver novos horizontes e dar o primeiro passo, fica-se imobilizado, repercutindo, como numa câmera fechada, o eco eterno do nosso pesar, nunca se dissipa, nunca morre, até... esta resposta definitivamente não tenho. Pois estou imobilizado, desde o meu nascimento, remoendo magoas, marcas psíquicas e traumas, sem achar uma saída para este labirinto infernal, feito de dor, morte e a total ausência de motivação... Pensam que o tempo cura tudo, grande engano, quem nunca sofreu um grande trauma, não sabe o como isto é uma mentira. Uma ferida superficial, que não penetra no centro da alma, pode ser que o tempo cure, mas quando a alma é destroçada e todo o seu ser é corrompido, uma avalanche destruidora de sensações mexe profundamente com o seu ser e toda a sua noção de realidade é destruída, os sonhos e ideais mais lindos que você desenvolvia é despedaçado em segundos, e não sobra nada diante de si, somente a fuligem a voar ao seu redor, o carvão incandescente do fogo que consumiu toda sua alma... Todas as flores, arvores, o jardim do seu psiquismo foi dizimado instantaneamente, sobrou um deserto, uma paisagem opressiva onde o cadáver do que tu eras esta espalhado, carbonizado, e os vermes da decomposição consome o resto que ainda teima em viver, a podridão e o único cheiro que a sua alma exala; um ambiente assim não há salvação e nem o tempo pode curar as suas feridas. O meu sofrimento não é invenção e nem um evento fortuito, ou uma “farsa” de mim para mim, é uma escalada de acontecimentos em degrade, que vem e volta. Só quem sente sabe, e respeita e da valor ao meu sofrimento. Os outros nem podem imaginar o que se passa no meu interior, a grandeza anômala de dor e a evaporação do ser. Um sentimento generalizado e crônico (patológico) de insegurança, medo, ansiedade, angustia e uma percepção inexprimível de solidão incessante. Não só uma solidão de pessoas, mas uma solidão que é a soma de todas as vezes que me negligenciei e me deixei estar abandonado, levado, contra a minha vontade, por forças externas. Quando depois de ser abandonado por pessoas, me sentindo inútil, feio, repugnante, invalido, deficiente, etc., acabei por me desamparar e a não ter controle pela minha vida, sendo levando pelo mar de ações externas, evitando o confronto, suprimindo todos os meus desejos e necessidades, anulando-me completamente, vivendo uma “sub-vida”, esperando a morte; ou aguardando que alguém me salve e me de todo o amor que necessito, porque, por mim, não existo e não valho nada, e nunca poderei me amar a ponto de buscar o que a minha alma aspira. E este é o final triste e melancólico da minha vida. Minha alma anseia tanto por um carinho, por um aconchego, aquele calorzinho que aquece o coração e faz tão bem e é capaz de expulsar todos os demônios que habitam em nosso ser, e por uma fração de segundos todos os problemas vão embora e toda a angustia desaparece, sentimos a pessoa mais feliz do mundo e nenhum mal poderá nos afetar, sentimo-nos tão especial...
Autor Cesar Kadrashi às 12:19 AM 0 comentários
Marcadores: Desabafo
Nunca terei um melhor amigo (M.A.)
quarta-feira, agosto 01, 2007
Nunca estou e nem estarei em primeiro lugar no coração de ninguém, sempre estarei nas ultimas colocações. Quando uma pessoa receber uma noticia fantástica ou realizar algo de importante e estiver super feliz nunca serei o primeiro a ser comunicado e não serei convidado para a comemoração. Ou quando estiverem tristes nunca irão me procurar para desabafar ou para contar um segredo inconfessável que só se conta aos melhores amigos. Quando alguém resolver sair, viajar ou ir para qualquer lugar ou encontro social, uma festa, um churrasco, cinema, assistir um DVD, etc., nunca irão me chamar, nem primeiro lugar, o que é impossível, e nem em ultimo, pois prefeririam mil vezes estar sozinhos do que ficar comigo! E certamente, nunca serei o melhor amigo de ninguém. As pessoas que gosto, por mais que goste delas, nunca irão me considerar como sendo o melhor amigo, ou simplesmente amigo; e pra mim sempre irá sobrar o resto, as ultimas migalhas jogadas ao chão da festa, a qual se dá ao mendigo, não por amor, mas por piedade.
Autor Cesar Kadrashi às 12:56 AM 0 comentários
Marcadores: Eu
Um outro ser que não seja eu
Se eu fosse uma outra pessoa, certamente me detestaria, mais do que me detesto atualmente. Para falar a verdade não sou nem mesmo uma “pessoa” no sentido literal da palavra. Sou um cruzamento de um porco espinho, com um gambá e uma arvore com os galhos secos, que não dá nem flores, nem fruto e nem sombra, misturado com uma anta asmática, um burro empacado e assustado e cinzas de um morto que sofria de hemorróida, fimose, cânceres generalizados, demência e senilidade, associado a um bicho preguiça coxo e com depressão... Eu poderia ficar a vida toda inventando novas configurações para me descrever, e com certeza faço isto com muita Constancia, por isto sou chato e irritante. Calado ninguém gosta de mim por estar calado, mas quando resolvo abrir a minha boca, esta latrina asquerosa vinda diretamente do inferno, as pessoas gostam menos ainda de mim e torcem para eu ficar mudo, pois mudo sou mais simpático, carismático e comunicativo, pois quando abro a boca só consigo repetir insistentemente que ninguém gosta de mim, e que quero me suicidar e a reclamar da vida e do meu sofrimento... Ser uma pessoa obsessiva, e com idéias fixas, causa uma dor terrível nela e nos outros, não conseguir de jeito nenhum mudar a maneira como o cérebro funciona, os trilhos trilhados pelo cérebro são sempre os mesmos e as respostas são sempre iguais... Quando o cérebro resolve eternizar um modo de operar, não sei se é biológico, genético, psicológico, ninguém consegue mudar o seu funcionamento, nem mesmo, ou principalmente, o pobre diabo que detém este cérebro. E uma das razões principais é o conceito abstrato e subjetivo do “eu”, se não existisse este tal de “eu” tudo seria mais fácil; o “eu” esta ligado a aspectos relacionados com a auto-estima e um amplo leque de conceitos ligados a ele, como sentimentos de auto-afirmação, insegurança, inferioridade, projeção do “eu” no futuro no campo de existência social e externa, e toda uma serie de informações que situa o ser humano num determinado campo de atuação... As pessoas agem segundo a visão que tem de si, uma pessoa pode ser um gênio, inteligentíssimo, mas se não tiver amor-próprio, terá uma vida mínima e com pouquíssimas realizações; talvez num futuro, quando esta pessoa morrer, se descubra que ela foi um grande escritor, artista plástico, musico, ou cientista e que não conseguiu, enquanto vivo, promover o seu trabalho, ou até mesmo melhorar o seu trabalho, por ter problemas com a auto-estima e seu relacionamento social ser extremamente limitado. Antes de uma pessoa escrever um livro, por exemplo, ela precisa confiar nas suas habilidades; se ela ter uma auto-estima abalada, mesmo tendo possibilidades de escrever um livro tão genial quanto os maiores já escritos, ela nunca irá conseguir escrever e o seu talento ficara latente, guardado somente para si e o mundo perdera mais um gênio. Geralmente as pessoas, na sua maioria, podem realizar muito mais do que realizam, bastaria acreditar em si, e superar as dificuldades uma a uma sem esmorecer. Mas só eu sei como isto é difícil, mudar a visão de si, e dizer “eu posso”, quando todos os neurônios estão gritando “você não pode”... e no final das contas acaba não podendo mesmo. E por isto e outros motivos que fico dividido e acabo sempre repetindo “não sei”...
Autor Cesar Kadrashi às 12:52 AM 0 comentários
Marcadores: Desabafo, Eu, Psicologia sintética