Onde vou?

domingo, junho 08, 2008

Não sei se passo ou se vou. Não sei se continuo... Quando me vejo, não me olho, não me encontro. Estou invencivel aos meus olhos. Se existo não sei dizer... Sei que "há" um vazio, de tão grande é alguma coisa, de tão vazio, pode preencher tudo o que os meus olhos olham. Repugna-me a minha visão, fujo de mim, não quero me ver; nem no espelho. A minha refletida não condiz com a minha alma. Se é belo ou feio, pouco importa. O importante e o que se vê a partir de seus próprios olhos. Quando o oco toma forma, e o eco ecoa na sua alma, você é uma reverberação... do que antes fora. O que é ser insignifante, perante aos seus olhos, e perante aos olhos dos outros, que ainda assim, continua sendo o seu próprio olho olhando pela perspetiva do outro. Quando o corpo cai sem direção, e num baque surdo a sua alma vai junto, esfacelada, desfacelada; e os cacos desfeitos em seu ser, furam como vidro a sua alma toda... E juntar-se, tornar-se integro, é uma tarefa inoportuna, uma tarefa onde o despreendimento é materia-prima. Se você ficar em você mesmo, não conseguirá... E preciso desligar de si... No mundo do desfalecelamento, onde o inteiro é a imagem convexa refletida num espelho concava, difusamente espalhando por olhos opacos, de gente doentia, pessoas cegas...

0 comentários: