O oco da voz no barulho eloquente das vozes em desvario

quinta-feira, junho 05, 2008

A que hás de pensar se o pensamento, este estorvo da ação, não pensa. A que há de se concluir, ou o que se conclui em decorrencia deste fato, ou o que há de comunicar... se a boca diz o que não quer te falar. A boca fala e o coração espreita e a voz do silência, na multidão de gritos, se destaca como um rompante fulminante a uma sensação de deslocamento. A que se conclui tal acontecimento. És a imagem da dor e a dor da alegria, o opiario que encanta o coração, e se consome, és consumido e exaurido; restando o corpo podre das horas de orgia decaidas. Qual é a conclusão e o estimulo, se até o estimulo perde a força. O que comunicar-te voz insana, cala-te e te enjaula num miolo de sofreguidão; sossegue o frenesi de forças antagonicas, bestiais, onde não há nenhuma fusão... Então... Do que comunicar-se, qual é o resultado. Não há! Tudo é agonia e desespero; tudo é o barulho de fugir de você, ó, torrencial silência, vacuo que semeia todas as almas já mortas, e vivas, em complacencia. Cala-te e não comunica nada. Porque destronar a voz eterna do silência. Porque conspurcar a sagracidade do nada, com um feixe inexaurível de palavras que vem e vão e não formam nada. O que comunicar!? Porque comunicar!? Cale-se voz... Cale-se espirito.

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