O poder da superação

domingo, junho 29, 2008


Não sei se o saber toma algum conhecimento de nós. Só sei que viver, é em suma, uma confusão... Um estado permanente de auto-critica, refazendo os pensamentos. Muitas vezes assumimos um papel predefinido e precisamos desempenhar. Não para satisfazer os outros, mas para satisfazer a nós mesmo, que no fundo, é o que imaginamos que os outros gostariam que fôssemos. Nós dizemos: "O outro quer que eu seja desta maneira", e para satisfazer esta ideia que fazemos dos outros, precisamos agir segundo está convenção.

Não sei se "existimos de fato", temos uma idéia vaga de quem somos: vaga, imprecisa, desbotada, e difusa, e partir deste ponto nebuloso, percorremos uma árdua e difícil jornada. Há aqueles que nem se reconhecem e vivem como se não tivesse nenhuma consciência. São os "felizes". Eles estão felizes com a sua "novela", com as suas "bebidinhas", com as suas "baladinhas, e os "barzinhos". Não recaem numa auto-analise. Não querem saber nem porque e nem para onde. Sabem que "existem", e por trás desta "existência" há um prazer, que não sabem da onde surgiu e pra que surgiu, e correm atrás deste prazer, sem nenhuma reflexão anterior. Talvez eles nem saibam que existam de fato. Se perguntarem: "Quem tu és?", irão dar uma sonora gargalhada e irão levantar o copo de cerveja, e dirão: "Sou isto!!". Como se não existisse ninguém atrás daquele copo de cerveja.

Ter tais reflexões e viver com dor. A dor deste desconforto é extrema. Porque não estamos para "ser", mas para "ser quem somos". E para isto é necessário vasculhar fundo no nosso interior, num lamaçal de idéias, de preconceito, e cada "eu escondido", revisitado, e assumido causa-nos uma dor terrível. Colocamos para cima o que se encontra no fundo. E não nos deixamos ficar presos, e damos corda a tal sentimento. Mas perguntamos: "Porque?", e alteramos o comportamento. Qual é o sofrimento de viver remoído pelo ciúme paranóico? Assaltado por pensamentos que nos causa um extremo sofrimento. Não vemos como problema o "ciúme", mas a causa que nos faz sentir ciúme, e tentamos resolver a causa e não o ciúme. O ciúme fica lá bonitinho, esperando uma brecha para nos assaltar. Mas quando vemos que o problema está no ciúme, e não na pessoa que nós faz ter ciúme. Começamos a reconhecer o quanto estamos insatisfeito conosco mesmo, a ponto de querer controlar outro ser, porque achamos ele bonito, alegre, cheio de energia; e para obtermos tais sentimentos que nos falta precisamos prender o outro. Quando reconhemos isto precisamos dizer não ao ciúme. E dizer para nós mesmo: "A beleza que necessito, a energia, a alegria, o amor, e tudo o mais, deve existir essencialmente em nós não no outro". O "outro" é o símbolo para compartilhar o que temos de sobra, não o meio para obtermos o que nos falta. E este é o fim do ciúme, ou da inveja, ou do ódio, ou do medo. Todos eles tem uma relação em si. Passamos de "consumidores" para "portadores de luz", e a partir deste momento, nos emancipamos, não somos mais dependentes de ninguém Podemos viver isolados até o fim da vida e não sentiremos uma gota de carência, uma gota de tédio, uma gota de frustração, seremos felizes, e não precisamos de "nada" para sermos felizes, além de nos mesmos. Esta é a suprema salvação!! Muitos podem entender isto como iluminação, transcendência, reconhecimento de Deus em nós. E é o que todos os mestres espirituais verdadeiros fizeram e conseguiram.

1 comentários:

Anônimo disse...

What a great moment of reading blogs.