Fobia Social

segunda-feira, junho 09, 2008

Ele não era nada, como poderia ser alguma coisa. Estava suado... Não tinha qualificativo, era nulo neste aspecto. Olhava assustado para um lado e outro. As pessoas estavam chegando, precisava se esconder. Afinal, o que ele iria oferecer!? Não sabia conversar, não sabia dialogar; como iria "ENTRETER" uma pessoa. Era melhor se esconder. Fazer um casulo, e sofrer o mal da solidão. O que as pessoas iriam pensar dele? Ele não falava, já era mais um motivo para ser desprezado; ele era feio, mais um motivo para ser desprezado; ele "fedia", mais um motivo para ser desprezado... Quando as pessoas se aproximavam, ele arquejante, "rastejando, afastava tacitamente, ficava encruado no seu mundo. Construi um muro intransponível. Sentiasse rejeitado, indigesto, um estorvo permanente; a sua auto-estima era pequeninissima. Quando uma pessoa tentava falar com ele, ele entrava em pânico. "O que vou falar? Como devo me comportar?" A mente dele turvava, ficava em branco, perdia a ação, ficava mudo... E quando a pessoa ia embora, sempre se sentia frustrado, decepcionado consigo mesmo. "Como sou um idiota, não consegui conversar, não consegui pronunciar uma palavra... Ninguém vai gostar de mim?" Como alguém vai gostar de uma pessoa que não tem "conteúdo". O seu estado de prostração era tal. Não aguentava mais. Hora fugia das pessoas, outras sentiasse desamparado, solitário, e precisava conciliar estes dois sentimentos paradoxais. Ou se afastava de vez, ou tentava definitivamente colocar um fim no seu medo. Cada vez mais via no "FIM" uma solução possível, para dores tão conflitantes que lhe causava tantas angustia. O que será dele, afinal. Ele conseguira suportar tais sofrimento...

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