O amor real

sábado, setembro 22, 2007

Gostaria tanto de ter uma intimidade real com outra pessoa. Não um mero fetiche sexual. Acho o sexo tão “vulgar” e mínimo, sem importância, uma simples troca de favores, sem uma efetiva ligação emocional e espiritual. O sexo pode até ser um meio pelo qual se estabeleça uma comunicação mais ampla, quando existe a total doação e a liberdade, uma fusão completa entre carne e alma; neste contexto há a mais perfeita expressão do amor que ainda não foi corrompido pelo desejo, sentimento de posse, e expressões ligadas ao “ego”. O sexo é um ato automático e superficial, que busca a satisfação própria, o outro é um mero intermediário... chega a ser um ato primitivo e doentio, um furor incontrolável que se acaba em poucos segundos, pra voltar logo em seguida a procura de outra vitima. Nenhuma relação durável e sincera pode se basear unicamente no sexo, a não ser que os dois sejam tarados, e busquem sempre novidades, para estimular este impulso, inventando novas brincadeiras sexuais e novos parceiros. Uma relação integral é sempre baseada no amor, com ou sem sexo, e no companheirismo, onde os dois funcionam como uma unidade, e entrem em harmonia, criando laços que irão ampliar as possibilidades, movendo juntos a um estado de compreensão e contemplação... criando uma intimidade ou uma sintonia completa, onde um é capaz de ver as dores, os receios e momento de felicidade e tranqüilidade e sentir como se fosse nossos... Não há uma separação, o que um sente o outro sente, e por algumas trocas de olhares, pelo tom de voz e aparência já é possível saber o que se passa na alma do outro. Não existe força maior do que um amor assim é muito mais do que carne, há um dialogo de alma para outra alma. E este tipo de amor por ser universal não precisa ser necessariamente exercido por um homem e mulher, muitas vezes isto ocorre entre amigos de ambos os sexos e familiares, como mães e filhos e outros... Este tipo de afinidade tanto pode ser considerado como ótimo ou péssimo, porque sempre irão existir “flutuações” de humor e por envolver uma grande intimidade os choques são maiores e os impactos emocionais idem; é muito fácil se magoar e esta magoa pode abrir uma ferida imensa na alma e por mais que exista uma reciprocidade a relação pode acabar subitamente. Geralmente, procuramos nos proteger cirando barreiras e dificultando uma integração mais intima, sempre deixamos uma reserva de insegurança... E perigosíssimo nos entregarmos de corpo e alma numa relação, ficamos totalmente expostos e vulneráveis, porque o outro faz parte do nosso ser e como tal irá ou nos “salvar” ou nos “aniquilar”. Lembrando disso muitas pessoas resistem até o fim e querem provas suficientes que o outro é digno da nossa total confiança; muitos se fecham de tal maneira que nenhuma relação pode ser cultivada. E os sentimentos de amor são “embotados”, onde há o medo e o receio o amor não pode ser experenciado em sua totalidade. O medo dissolve o amor e abre espaço para o ódio e o rancor.

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