Transtorno de Personalidade Borderline.

sábado, maio 19, 2007

Eu adoro ler livros de psicologia que retratam transtornos e doenças que afetam a mente, principalmente aquelas que se encaixam ou se aproximam, mesmo que sejam minimamente, dos meus sintomas, e achei este texto na internet e reproduzo... Os que estão em amarelos estão mais próximos das minhas pertubações mentais reiteradas, recalcadas e obsessivas...

1) Sintomas (claro que nem todas as Borderline tem todos estes sintomas e mesmo que tenham, certamente alguns terão intensidade maior, outros menor):

Medo de abandono: uma necessidade constante, agoniante de nunca se sentirem sozinhas, rejeitadas e sem apoio.

Dificuldade de administrar emoções

Impulsividade.

Instabilidade de humor. Os portadores de DAB ou TAB - Distúrbio ou Transtorno Afetivo Bipolar mostram oscilações de humor que duram semanas ou meses, enquanto as portadoras de Borderline têm oscilações de minutos, horas, dias. Essas oscilações de humor incluem depressões, ataques de ansiedade, irritabilidade, ciúme patológico, hetero- e auto-agressividade. Uma paciente marca a consulta informando que está super deprimida, querendo morrer. No dia seguinte chega à consulta bem humorada, bem vestida, maquiada, vaidosa.

Comportamento autodestrutivo, que envolve se machucar, se cortar, se queimar. As Border se machucam referem que se machucam para satisfazer uma necessidade irresistível de sentir dor. Ou porque a dor no corpo "é melhor que a dor na alma".

Tentativas de suicídio, mais freqüentemente as de impulso do que as planejadas. A mortalidade por suicídio é 400 a 800 vezes maior do que na população não Borderline !!!

Mudanças de planos profissionais, de círculo de amizade.

Problemas de auto-estima. Borderlines se sentem desvalorizadas, incompreendidas, vazias. Não tem uma visão muito objetiva de si mesmos.

Muito impulsivas: idealizam pessoas recém conhecidas, se apaixonam e desapaixonam de maneira fulminante.

Desenvolvem admiração e em pouco tempo desencanto por alguém.

Alta sensibilidade a qualquer sensação de rejeição. Pequenas rejeições provocam grandes tempestades emocionais.

A mistura de idealização por alguém e a extrema sensibilidade às pequenas rejeições que fazem parte de qualquer relacionamento são a receita ideal para relacionamentos conturbados e instáveis, para rompimentos e estabelecimento imediato de novos relacionamentos com as mesmas idealizações.

Mais raramente, episódios psicóticos (se sentirem observadas, perseguidas, gozadas, comentadas).

3) Causas:

A causa exata é desconhecida, mas a observação de muitos anos sugere quase sempre eventos traumáticos (reais ou imaginados) na infância. Por exemplo: abuso psicológico, sexual, negligência, terror psicológico ou físico, separaçãos dos pais, orfandade.

Provavelmente existe também uma vulnerabilidade individual que, juntamente com o stress ambiental desencadeia o aparecimento do transtorno.

Que fique bem claro que as lembranças de eventos traumáticos de abuso físico ou psicológico podem ser imaginadas e não reais. Fatos imaginados ajudam a formar a personalidade de uma pessoa tanto quanto fatos reais. Cuidado com conclusões precipitadas do tipo "você foi abusada" ou "você foi aterrorizada".

4) Evolução:

Geralmente começa a se manifestar no final da adolescência e início da vida adulta.

Com o passar dos anos existe uma diminuição do número de internações hospitalares e de tentativas de suicídio.

Parece piada de mau gosto, mas é uma realidade estatística: a cada tentativa de suicídio que a Border sobrevive, diminui a chance de uma nova tentativa.

5) Fatores de bom prognóstico:

Bons relacionamentos familiares, sociais, afetivos, profissionais.

Participação em atividades comunitárias: igrejas, clubes, associações culturais, artísticas, etc.

Baixa ou ausente freqüência de auto-agressão.

Baixa ou ausente freqüência de tentativas de suicídio.

Ser casada.

Ter filhos.

Não ser promíscua.

6) Tratamento.

O resultado dos tratamentos melhorou muito nos últimos anos, pois quase não existe mais o duelo "remédio é melhor que terapia" ou vice versa. Hoje em dia existe uma integração de tratamentos medicamentosos e psicoterápicos que traz grande benefício para as pacientes.

Medicação:

O tratamento medicamentoso básico inclui Estabilizadores de Humor, mesmo que não se trate de DAB. Os Estabilizadores são importantes, pois eles ajudam a conter a impulsividade e as oscilações de humor.

Antidepressivos e Tranqüilizantes não tem a mesma eficácia constante que teriam em casos de depressões ou ansiedades "puras" mas certamente tem sua utilidade em Borderline também.

Embora a medicação seja muito importante, ela é ator coadjuvante. O ator principal no tratamento é a Psicoterapia.

Psicoterapia:

As mais consagradas são as Analíticas (Junguiana e Freudiana).

Não é uma terapia fácil. O que acontece "na vida real" acontece dentro do consultório: instabilidade, alternância de amor e ódio, idealização e desapontamento com o terapeuta, sedução, impulsividade, etc.

Também tem se mostrado útil a Psicoterapia Comportamental Dialética e a Cognitivo Comportamental.

2 comentários:

Anônimo disse...

Ai, eu sou uma Border tb!!!! Estou tentando me tratar, mas estou na fase desapontada com meu psicólogo. Até pq ele acha que não devo tomar nada, mas continuo com mudanças de humor fortíssimas e impulso agressivo. Sabe de alguma novidade, ou um bom médico?
Obrigada,
Luana.

Cesar Kadrashi disse...

Eu não sei muita coisa a respeito deste transtorno de personalidade, eu sofro mesmo de transtorno de ansiedade social; eu coloquei esta matéria porque alguns sintomas são parecidos com o que sinto. Eu me trato numa clinica aqui em ribeirão preto, se quiser posso te dar o endereço e telefone.

No seu caso acho que vc deveria procurar um psiquiatra, pra te receitar algum remedio.

Beijos, Luana!