Despejo do lixo psíquico volume zero – 12/04/2007

sábado, abril 14, 2007

É uma dor imensa. Dor insuportável. E ninguém liga pra esta dor, ninguém da atenção. Não que eu me de conta. Somente quando eu me suicidar e que darão o devido valor. Falo que quero arrumar uma namorada e todos dão risadas, levam na brincadeira... Alias a maioria das coisas importantes as pessoas levam na brincadeira, principalmente quando é comigo, já que sou o “bobo” da corte oficial do universo. Que nasceu para provocar o riso e o escárnio, para ser satirizado. Este sou eu o “bobão”. Que da risada do próprio sofrimento quando deveria chorar amargamente pelo resto da eternidade; por toda a humilhação que já sofri e por todo o amor que deixei de amar. As pessoas não entendem e dão risadas de mim. Quando digo que quero arrumar uma namorada, estou pedindo socorro, estou clamando por ajuda e as pessoas não tem noção do meu sofrimento e nem da gravidade deste fato. Para mim uma namorada não é para “namorar”, beijar ou fazer sexo. Para mim ter uma namorada resume toda a carência emocional que sinto desde o meu nascimento até hoje. Quero ter uma namorada para conversar, desabafar, para me amar “exclusivamente”, para dividir a minha vida todas as minhas alegrias e tristezas, e confiar plenamente em alguém; eu não quero um relacionamento superficial. E ter uma “namorada” sintetiza toda a minha carência emocional, coloco nesta “namorada” idealizada todos os amigos que nunca tive em minha vida, uma pessoa que vai me amar em primeiro lugar e nunca vou ter a sensação de receber um minúsculo amor ou de estar em segundo lugar no coração de alguém; uma pessoa que vai me proteger e me entender e isto é uma das coisas mais importantes do universo. E as pessoas não entendem isto ou não querem entender.

Hoje tive uma crise terrível. Na realidade a crise começou ontem. Quando vi muitas mulheres bonitas e me lembrei da minha carência... Geralmente tento guardar as minhas carências em algum lugar escondido e seguro dentro da minha mente. O isolamento social, quando me tranco no meu quarto, me ajuda muito para cortar os laços afetivos e me proteger, fazendo com que as carências “desapareçam” e tenha uma vida aparentemente confortável. Depois “brinquei” com a minha situação e as pessoas riram na minha cara, isto me deixou extremamente magoado. Vi uma pessoa “dando em cima” de uma mulher, fiquei com muito ciúme e com ódio de mim por ser um besta tímido e não conseguir fazer o mesmo com nenhuma mulher. Outros acontecimentos foram se somando. Quando fico neste estado, fico hipersensibilizado com a questão da rejeição e do abandono, qualquer sinal por menor que seja vai ser uma evidencia que as pessoas não gostam de mim o suficiente, e me desprezam, ai abre um buraco enorme no meu coração, uma solidão tão fria que o meu coração se transforma numa “pedra de gelo”. Uma pessoa estava extremamente feliz conversando com outra pessoa, - e eu do outro lado, “ouvindo” a conversa, estava me sentindo terrivelmente só – emoção esta que nunca sentiu por mim e atenção que nunca deu pra mim, dava para perceber em seus “olhos” e pelo tom de sua voz o quanto ela estava feliz, e o quanto ela queria estar próxima desta pessoa, um desejo que nunca sentiu por mim e com certeza nunca sentira. Eu, logicamente, que não sei conversar, que não sei contar historias emocionantes e interessantes, nem fazer piadinhas, nem dar um conselho sábio num momento esperado; que sempre me dá um branco na mente e as palavras fogem da minha boca, enfim, nunca nenhuma pessoa vai se me interessar por mim e ter o desejo de querer ficar próximo a mim, ou seja a única coisa que me espera é a solidão infinita. E geralmente sou tão incomodo e mudo que as pessoas ligam o radio do carro para disfarçar a minha presença, para me isolar, para se afastar do incomodo que eu gero nelas; o significado desta musica me causa tanto sofrimento e horror. O resultado disto só uma meninha chamada Ingrid teve a sensibilidade de descobrir, quando ela disse que eu estava parecendo a Corali. De uma história chamada o coração de Corali. Realmente existia um buraco enorme no meu coração, monstruoso, extremamente fundo e escuro, que dava uma medo infinito; uma tristeza sem fim e a certeza absoluta que ninguém gostava de mim, que ninguém ligava pra mim, me senti como se fosse um lixo, um trapo velho abandonado, sinto uma solidão sem fim, dava vontade de chorar, de gritar, de principalmente de me matar e colocar um fim neste sofrimento que não conseguia suportar. E como sempre, tive que reprimir tudo, como sempre faço, os desejos, as emoções, o ciúme, o ódio, a solidão a tristeza; repressão esta que faz com que este buraco se torne cada vez maior, e a cada nova crise o sofrimento aumenta ainda mais. Se pelo menos tivesse alguém que verdadeiramente me amasse, não por caridade, mas por amor verdadeiro, para desabafar pelo menos... A pior coisa que existe no universo e sentir esta sensação, este vazio imenso no coração.

E nestes casos a única coisa que passa na cabeça e a palavra “suicídio”; e as “vozes” dizem que ninguém gosta de mim de verdade, que ninguém vai me ajudar, e o melhor mesmo é me suicidar e acabar com todo o sofrimento. Também penso em Deus, nos seres superiores, se é que eles existam, no sentido da vida e tento buscar conforto na religião, estou vendo alguns programas da Seicho-No-Ie que me da algum conforto, tento mentalizar um suposto amor de Deus por mim e tento tampar este buraco no meu coração “fingindo” que Deus me ama infinitamente, que Deus me dá valor, que tenho algum valor por Deus e que este amor de Deus supra todas as minhas carências. Voltando a idéia do suicídio, infelizmente sou tão covarde que nunca terei coragem para tomar uma atitude heróica como esta, se eu tivesse um pinguinho de coragem, com certeza a minha “vida” estaria salva e o sofrimento incessante finalmente teria fim. E ainda tem pessoas que não entendem o meu pessimismo. Eu que nunca tive um amigo de verdade, que sempre fiquei isolado, amedrontado no meu canto, que nunca tive uma namorada, e nenhum tipo de contato físico, que nunca tive ninguém que pudesse confiar plenamente, que nunca pude desabafar com ninguém a não ser comigo mesmo, que nunca pude confiar em meus pais e que vivi a vida toda sentindo esta carência inimaginável, desconfiando de todos, em estado de pânico e estresse extremo, tendo certeza absoluta que ninguém, absolutamente ninguém gosta de mim. E ainda não entendem o meu pessimismo e dão risadas, dando gargalhadas homéricas não sabendo que o meu pessimismo é fruto de um sofrimento imenso que nasceu no dia que eu nasci. E por tudo isto, para resolver a minha carência, para me amar exclusivamente, para dividir a minha vida só consigo ver uma solução, arrumar uma “namorada” salvadora. Mas já desisti desta idéia estapafúrdia nunca vou conseguir vencer a minha timidez, nunca vou ter coragem para sair e conquistar uma mulher, nunca vou agradar nenhuma mulher, é melhor desistir completamente e sepultar de uma vez por todas esta idéia.

E quando eu entro neste estado, sentindo-me isolado, mal amado, rejeitado, com o coração esbugalhado, e um vazio enorme no peito, fico completamente mudo e não quero conversar com ninguém, não olho para as pessoas, fico cabisbaixo, com a coluna curvada, imóvel, sem coragem para me mover, parado feito uma estátua, nem adianta tentar conversar comigo porque não vou responder, só se insistir muito, muito, muito mesmo, e me provar que se interessa por mim e que seria capaz de fazer qualquer coisa para me ver feliz, só se me provar que realmente me ama... E depois quando volto ao “normal” prefiro esquecer o acontecido e pensar em estratégias para que esta tragédia não volte a ocorrer, e a estratégia que mais uso e tentar destruir o desejo de amar e ser amado e até mesmo me isolar, trancafiando-me no meu quarto...

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