Fragmentos de uma mente doentia em colapso permanente...

domingo, abril 29, 2007

Sei que existem segredos. E todos eles são vulgares e destituídos de verdade. São manchas que maculam a alma de quem diz e de quem ouve. Por isto, fujo dos segredos, como fugiria do diabo, e não atribuo segredo a minha vida. A vida é uma porta sempre aberta e quem tenta fechar esta porta, abre a porta da morte. São todos mentirosos, falsos e dissimulados; o segredo só é segredo na cabeça de quem confessa os seus segredos a alguém, e por se achar diferente, pensa que os outros não sabem... Nós todos, conhecemos todos os segredos, por mais que seja sujo e intimo, todos podem imaginar em si, e todos entendem... é o medo, este inimigo diabólico, que cria os segredos inconfessáveis, fruto da ignorância de quem tem medo e não consegue assumir a todos o que há em sua alma... e o que há na alma das pessoas é igual a todos, não há restrições. Todos são humanos e todos conhecem os segredos dos humanos. Não adianta nada me excluir, atencipadamente já conheço todos os segredos. Sorte daquele e sábio, que grita em plenos pulmões, tudo o que há em sua alma, sem nenhuma inibição, este é o senhor de si e enfrenta com coragem qualquer empecilho, muda a sociedade e derrubam tabus. O que não procede assim põe fim ao dialogo aberto e engessa a sociedade, na escuridão desta penumbra, nascem os monstros reprimidos, as compulsões e obsessões e o ser perde a capacidade de ser ele mesmo, se transforma num boneco. Entre sussurros e palavras ditas ao ouvido se encontra toda a devassidão humana, e a podridão ganha forma e corpo o entendimento entre os seres é quebrado e só há espaço para o ódio, a desconfiança, a exclusão... Os sussurros gritam ao ouvido das pessoas como se fossem uma bomba, e onde quer que exista sussurros não há paz e a insegurança e o medo reinam soberanos. Quando um segredo é revelado todos os Deus saltam de felicidade. Quando um segredo é encoberto todos os demônios saltam de felicidade.

__________________________________________________________________

Perdi esta capacidade inata de me defender. Estou em crise. Podem me colocar fogo no meu corpo ou acido, porque não vou sair do lugar e nem gritar de dor... O sofrimento, no momento da crise, será um enorme refrigério, a trazer paz infinita a minha alma castigada. É assim que se processa... Com ou sem a minha determinação. Quando estou em crise, perco totalmente o controle do meu corpo, já não pertenço a mim mesmo, sou um vassalo dos traumas antigos que eclodira; apesar de que tenho total consciência de tudo o que esta acontecendo comigo o que torna a situação um milhão de vezes mais dolorosa. A crise é uma erupção de algo que escondemos de nós mesmos, na tentativa de nos proteger de nossas falhas, quando as falhas emergem e elas emergem subitamente causando um grande sofrimento, todo o nosso mundo ideal é destruído e só vemos sangue, pavor e horror e para nos proteger perdemos parte da nossa consciência e autocontrole, é uma enxurrada de emoções e traumas represados nos transformando em frangalhos, num trapo miserável, velho e sujo que rola descontroladamente ao sabor do vento, do mar e do fogo que ainda arde em nós. Somente quando a erupção passa é que podemos contabilizar os estragos e ver a paisagem desolada, sem nenhuma arvore, sem nenhuma flor, todos foram embora, só restam fuligens, o pó e o negrume abissal. E em meio a este panorama impróprio devemos plantar novas sementes, mas o sola já não é tão fértil quanto antigamente e as flores demoram décadas para brotar, e quando brotam não resistem nem por um dia, pois já não tem o vigor de antes e os frutos já nascem meio podres e sem sabor, aguados... este é o nosso novo mundo de melancolia e pessimismo que devemos trazer em nosso peito eternamente depois que a crise vai embora...

__________________________________________________________________

Não me excluam!! Tudo bem! Quem sou eu para exigir alguma coisa. Me deixem só então e cavarei uma sepultura e em cemitério inteiro em meu coração. Marcas da desilusão e dos sorrisos que não foram dados quando eu ainda existia. Agora que estou morto, tudo acabou. Não para vocês é claro, mas unicamente para mim. Nenhuma lagrima foi vertida em minha homenagem, nenhuma rosa foi lançada em meu tumulo, ninguém carregou o meu caixão, o meu corpo ficou ao relento sendo devorado pelos vermes. Nenhum pensamento foi produzido para sentir a minha falta, a saudade não tomou conta de nenhum coração; fui lançado na ignorância... Não tive forças para gritar eu existo!. E impor o meu jeito de ser, “obrigar” pelo poder do carisma e da simpatia uma afeição verdadeira à minha pessoa, fui um vento solto que não teve uma existência real. Não cativei o coração de ninguém. E os sorrisos se fecharam quando davam de cara com a minha insignificante presença. Não fui um livro, pelo dom da palavra causava consternação, alegria, comoção e interesse... Fui um livro sem palavras, um rosto sem sorriso, um coração sem amor. Por isto morri e ninguém percebeu que havia morrido.

0 comentários: