A lacuna do ser

quinta-feira, maio 20, 2010

Não importa o que façamos, ou o que deixemos de fazer, o real, ou o significativo, ou, ainda o que sobra de importante de tudo isto é a nossa suprema pequenez, diante de nós mesmos e diante do universo... O que deixamos de fazer é uma imensidão incalculável, e o que conseguimos fazer é praticamente insignifante em todos os paradigmas que possamos registrar. Sendo assim, sempre estamos numa incompletudo que é a caracteristica daquele que indaga ser; ter um mecanismo interior para que as indagações levantem eco, numa suprema insatisfação generalizada... Não devemos nos levar a sério, e nem devemos capitular todas as nossas falhas, já que o universo tende muito mais ao "insucesso" e o "fracasso", do que o sucesso irreprimível... A verdade a saber é que por inadequação, uma falta de coesão entre um aspecto e outro aspecto, uma lacuna qualquer; surgiu o ser, que é aquele que tem como responsabilidade preencher as lacunas com a maior presteza possível, e está missão sempre é falha... Porque o universo é tão cheio de lacunas, que o preenchimento de uma lacuna sempre abre espaço para várias outras, reforçando a necessidade de se criar uma camada espessa para tentar cobrir todas as lacunas, o que é, sem duvida alguma, impossível... O que seria tangenciável? O que seria praticável? A verdade para está pergunta é sempre uma, não há uma explicação racional... O que seria a razão, para dar conta a está explicação, nada!? O universo, em suma é uma lacuna aberta dentro de si mesmo, nós por extensão, somos uma lacuna aberta dentro de uma lacuna, para preencher está lacuna, nós, somos uma lacuna dupla, mas quando nos analisamos, percebemos que a nossa consciencia abre-se diante desta perspectiva, como uma nova lacuna, dai se diz que somos uma lacuna tripla, mas se nos analisarmos mais, está lacuna será maior ainda, e assim sucessivamente... Ou seja, sempre que nos abrimos a conscientização e a explicação da nossa existência, sempre que a nossa existência clama em nós um chamado a nossa lacuna interna se aprofunda, como se fosse um buraco sem fim, que ao cavucarmos mais, mais iremos abrir este buraco infinitamente.

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