O silêncio

sábado, fevereiro 16, 2008

Quando as palavras falham, o silêncio replica com veemência, num cálido estalido, a eloquência gutural de um grito sufocado; e as paisagens fantasmagóricas ganham formas, e da forma ainda imprecisa e nebulosa emerge um corpo, que se define solidamente, cristalizado numa condição limitada. E cresce, e espande, multiplicasse; a imagem e semelhança, outros virão, seguindo um padrão pré-estabelecido.
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O silêncio tem um significado tão profundo que nem todas as palavras do mundo o poderão decifrar. O espaço em branco entre as palavras; tem um significado de transmutar toda a consciência, pois traz consigo a “separação”; sem a “separação”, toda a cor é uma só, todo átomo é um só, e toda forma é uma só; não há nenhuma distinção entre uma coisa e outra, tudo se anula. O que dá significado aos objetos!? É o “distanciamento”, o distanciamento que o “silêncio” traz. Tirando o distanciamento tudo é igual, tudo é o mesmo, com “espaços” diferentes entre si.
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Há os que falam e falam e nada dizem. Outros pelo silêncio prescutador, penetrando profundamente, sentem a essência invisível de todos os seres. Enquanto as palavras se diluem num vai e vem sem fim, padrões repetidos exaustivamente. O silêncio congrega a atenção num ponto, se não houver pressão, este ponto irá se expandir até o infinito; e, a razão de ser do ponto observado será revelado. E, com ajuda do “silêncio”, este “ponto” será vivenciado como se este ponto fosse você. E você perderá a sua “identidade” e verificara que ter uma identidade é se identificar com padrões que irão te levar aos mesmos caminhos.

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