Os motivos por não ter me suicidade, ainda!?

Numa sociedade altamente competitiva, onde a vaidade, a auto-promoção é recurso indispensável para a socialização. Ter Fobia Social é como nascer morto, e não cometer suicidio é um milagre grandioso. Varios "instrumentos" me ajudaram a não cometer suicidio. Poderia citar: a televisão, a música, os livros e a internet.

O pior problema deste mal estar é o tédio, a solidão, o sentimento de menos valia, a ociosidade, etc... Houve uma epoca na minha vida, onde a minha única ocupação era ver televisão. Eu acordava e a primeira coisa que fazia era ligar a televião e só desligava ela quando ia dormia. Ficava o dia inteiro vendo televisão. E isto foi "essencial" para mim, sem isto não iria suportar o tédio da vida, e a falta, o vazio de relacionamentos, eu preenchia me "apaixonando" e cultivando amizades com os personagens da televisão. Já tive varias paixões platonicas por pessoas que só existiam na televisão e nunca tinha visto pessoalmente. Além disto, criava um mundo de fantasia, onde o elemento central era os personagens dos seriados ou desenho animado da epoca. Por um tempo, a minha solidão foi sanada, e a carencia de amizade também, o que me motivava a viver era os sonhos, as miragens que só existiam em função do mundo de faz de conta da televisão. 

Num outro momento da minha vida, quando a televisão não supria mais as minhas necessidades. Comecei a me interessar pela música e pelos livros. Encontrei uma nova forma de me emocionar, e dar um sentido a minha vida, diminuir o meu vazio existencial. Os livros me transportava para uma nova realidade, cheia de emoções, sentimentos e tudo o que ansiava, de uma maneira que a televisão não podia me transportar. Foi crescendo em mim a necessidade de escrever, porém, a minha auto-estima não me deixava colocar os meus pensamentos no papel. Então, comecei a escrever mentalmente, histórias, que iriam preencher o vazio da minha vida. Até hoje eu faço isto. Quando sinto uma necessidade, ao invês de realiza-la no mundo real, eu a recrio no mundo imaginário, e obvio que não é a mesma coisa. Porém, foi a unica maneira que encontrei para realizar os meus desejos... de amizade, de afeto, de realização, etc... 

Num terceiro momento quando as coisas começaram a se tornar insuportável. Surgiu a internet. Não que eu comecei a ter relaçõe virtuais. Porque pr mim a Fobia Social é tão forte, que até mesmo na internet, eu tenho crises de ansiedade tão fortes quanto teria na vida real. O que mudou para mim e que com a internet. Eu podia obter informações sobre tudo, sobre a minha doença por exemplo, e colecionar programas, jogos de computador, porque no fundo foi a abertura de um novo universo para mim. Mesmo tendo crises de panico o tempo todo, ainda assim, e com muita dificuldade, conseguir "manter" um blog, que teve uma certa importancia pra mim. E até hoje eu luto, entre a vontade de escrever e a vergonha de ser humilhado pelas coisas que eu escrevo. E a internet me ofereceu muitas coisas. Por exemplo, eu sempre quis comprar um DVD, mas nunca tive coragem de ir a uma loja comprar, mas com a internet consegui comprar. Sem a internet possivelmente não teria uma aparelho de MP4. Não consigo por exemplo, ter coragem para ir numa locadora, mas agora com a internet, consigo baixar filmes, o que seria praticamente impossível n vida real. Como tenho pavor de entrar em qualquer loja, comprar na internet é pra mim uma das únicas maneiras que eu tenho para ter certas coisas, que não conseguiria obter. Estou pensando, por exemplo, em comprar tenis e sapato, pela internet... Eu até consigo comprar numa loja real, mas isto sempre me provoca uma crise de panico, um sofrimento gigantesco... Por isto fico adiando, adiando... Os meus sapatos por exemplo estão se dissolvendo no meus pes, e não consigo ter coragem para comprar. E comprar na internet seria uma boa opção para quem tm Fobia Social. 

Acho que se não existisse estas coisas na minha vida: Televisão, Música (Clássica principalmente), Livros, e Internet, possivelmente não suportaria o tédio, a carencia e o vazio existencial da minha vida, e com certeza já teria me suicidade.