Alguém me ama de verdade!?

domingo, setembro 30, 2007

Estou escrevendo não porque estou curado. Mas porque em certo momento da vida precisamos fazer o que é necessário, e este necessário só faz sentido para nós. Para alguns a vida é uma festa sem fim, para outros é a pior forma de tortura existente. Por mais que lutemos, eles sempre vencem, e sempre voltamos ao “lugar comum” do sofrimento. E este “lugar comum”, para mim, esta sempre relacionado a uma indagação: “ Alguém me ama de verdade?”. E eu faço esta pergunta por que nunca consegui me amar e com toda certeza nunca conseguirei me amar. ´T uma luta tão ingrata, nunca obtemos o resultado pretendido, sempre estamos patinando na areia, atolados no lamaçal da ficção do eu, não importa o quanto de energia depreendemos, nunca saímos do mesmo lugar, sempre voltamos à marca zero. É uma doença incurável, pois esta doença somos nós e para esta doença só a morte pode ser considerada uma cura definitiva.
Ter que carregar uma cruz destas, 24 horas por dia é insuportável. Pensem em realizar qualquer trabalho, por menor que seja, ou mais insignificante e ter que lidar com o sentimento de que não somos nada, não prestamos, e tudo será perda de tempo. Quando isto ocorre me dá uma “preguiça mental”, deito na cama e quero dormir para sempre, sou invadido por um estado de apatia, melancolia, toda a fibra do meu corpo se sente extremamente cansada, saturada, não tenho energia nem para mover um dedinho, ou abrir de leve os meus olhos, um estado de desanimo inimaginável... é a soma de todas as frustrações de uma vida inteira, de todos os desejos não realizados, ou pior dos desejos reprimidos, a auto-estima é tão baixa que me julgo o ser mais repugnante do universo, um verme inútil que rasteja pedindo amor... Olhar para si e sentir que os outros estão com nojo da gente, e estão perguntando: “ O que este monstro está fazendo aqui? Como ele tem a coragem de invadir o reino das pessoas dignas, belas e perfeitas!? Por que ele não morre, para o bem de toda a humanidade ou se enterra num buraco fedorento, no esgoto, cheio de baratas e ratos que é o lugar onde mereceria estar? E quando imagino que as pessoas estão sentido isto de mim, é tão real, e por mais que tente mentalizar o contrario, o meu cérebro maldito não me obedece começo a passar mal, chega num momento, que não suporto mais, e sou obrigado a me isolar, por que não queira me isolar, sou obrigado, não tenho outra alternativa.
Na minha cabeça furada, sei que nunca ninguém vai me amar de verdade, sei que nunca vou ter uma namorada e nem amigos de verdade e reais, porque conheço a minha total ausência de qualidades, e conheço a presença total das deformidades que me transformam num monstro repugnante, ( não sei conversar, nem contar histórias, não sei aconselhar nem levantar a moral de ninguém, não tenho a aptidão de fazer os outros rir, ninguém contaria um segredo para mim ou pediria um conselho, nem estando na “fossa”, pediria os meus conselhos. Quem vai gostar de um mudo como eu!?). Sei que o meu destino é e sempre será a mais negra, desoladora e opressiva solidão, nunca serei nada e nunca cultivarei valores ou talentos, morrerei tal como nasci, destituído de poderes, a minha vida será uma apoteose a inutilidade e a perda de tempo, a minha existência foi um erro do começo ao fim.

Quatro metas e nenhum resultado

domingo, setembro 23, 2007

Não sei se existe uma concreta e palpável divisão entre o real e o imaginário. As pessoas imaginam, e deste imaginário, executam no seu mundo real, cambiando experiências em torno e um significado próprio, fazendo surgir uma gama de indagações necessária a sua subjetividade. Quando voltam a si, percebem uma inação que o remete a morte e a ancestralidade do nada, perturbados com esta conclusão, fogem de si assustados, e elaboram um riquíssimo conteúdo de metas, colocam em pratica numa mirabolante seqüências de conquistas de grande monta, buscam o magnífico, o supremo, almejam o posto de Deus... Alongam a sua individualidade numa patamar de semi-deuses, para logo a seguir, se depararem com a insignificância de seu poder pessoal, entrem em crise, e vazios de significados, buscam incessantemente o prazer, a bebedeira, e o vicio, para esquecer-se, tentando encobrir as próprias deficiências. Porém já é tarde, tudo o que queriam ou não queriam já está permanentemente impregnado em seu intelecto, não há fuga possível, então tentam conciliar, rebaixando-se como seres inferiores, idolatram um Deus, que não existe fora de sua concepção de vida, e é reflexo de seus desejos de realização individual frustrados, com super-poderes e percepção ilimitada, numa tentativa tresloucada de satisfazer o “ego” insaciável, extrapolando os seus desejos de poder e controle, num ser perfeito, que o guarda e o protege de sua própria impotência. Muitos refutam tais idéias e se tornam ateus, acreditando somente no que os seus olhos podem enxergar, porém ficam psicologicamente desprotegidos e cedo ou tarde cometem suicídio, ou pelo menos, entram numa espiral de depreciação se transformando em seres ressentidos e pessimistas. Num ponto ao outro ninguém se salva, há aqueles que ainda estão envolvidos no desejo de conquista e almejam a gloria eterna, como grande Midas, pessoas arrogantes e sem escrúpulos que vê em si o começo e o termino da raça humana, a grande realização “ariana”, são déspotas e tiranos; outros, contrariamente, se nulificam, se excluem e tornam-se seres insignificantes, porém são resguardados e protegidos pelo “todo-poderoso”, todo-poderoso que é tão somente a sua própria manifestação e os seus anseios na obtenção do poder ilimitado, são tão arrogantes quanto os demais, porém, colocam a sua arrogância nem Deus supremo, são tão egoístas quantos os demais porém transferem o seu egoísmo para o seu Deus e colocam os detratores no inferno, nestes dois extremos, são idênticos em significados, diferem na concepção e no modo de agir. Um coloca em si o Deus desejado, o outro cria um Deus perfeito, Deus tal, que é vassalo de seus desejos egoístas e realiza os seus conceitos de perfeição, dignidade e mora, e concede ao protegido, suprema realização... Falta analisar outros dois aspectos contrários da espécie humana. O primeiro é o sensorial. Ser que vive em função do prazer, não existe nenhum outro significado para a sua vida a não ser a busca pelo prazer, e esta busca e uma busca tão infrutífera quanto qualquer outra, encarcerado na busca pela felicidade, fecha ao olhos a si e aos demais, entra na demência, quer o prazer, se torna obcecado; é comida, sexo, adrenalina, bebedeira, tudo o que pode super-excitar o seus órgãos sensoriais, entram no mundo da droga, não importa o grau, todos estão fadados a morte e a suprema frustração, tais excessos produzem cânceres, degeneram o fígado, matam os neurônios, entopem os vasos sanguíneos, destroem o pulmão, querem a felicidade imediata e quanto mais buscam esta felicidade, mais próximos do sofrimento estão, morrem envenenados pelo próprio veneno que lhes garante a ilusão de felicidade. Em outro extremo, há aqueles que colocam no “nada” o significado total e a suprema realização, encontraram uma maneira para apaziguar o ego enganado e insidioso que é voraz e ilimitado. Já que o ego é o nosso mal vamos matá-lo e dar a ele o contrario do que ele quer. Estes vivem em contemplação, contemplam o nada, o vazio, são monges, praticam a meditação, em sua “passividade ativa” encontram a paz, livres do estresse, da compulsão, morrem na vida e erguem um templo a tudo aquilo que não tem significado, não são mais movidos pelo frenesi insaciável do desejo... Uns buscam a suprema realização em si, outros outorgam a suprema realização a um Deus que é reflexo de seus desejos egoístas, outros ainda, chafurdam na lama do desejo e se tornam escravos de suas compulsões, outros negam o desejo e cultuam o nada; quatro opções e todas falham!!

O amor real

sábado, setembro 22, 2007

Gostaria tanto de ter uma intimidade real com outra pessoa. Não um mero fetiche sexual. Acho o sexo tão “vulgar” e mínimo, sem importância, uma simples troca de favores, sem uma efetiva ligação emocional e espiritual. O sexo pode até ser um meio pelo qual se estabeleça uma comunicação mais ampla, quando existe a total doação e a liberdade, uma fusão completa entre carne e alma; neste contexto há a mais perfeita expressão do amor que ainda não foi corrompido pelo desejo, sentimento de posse, e expressões ligadas ao “ego”. O sexo é um ato automático e superficial, que busca a satisfação própria, o outro é um mero intermediário... chega a ser um ato primitivo e doentio, um furor incontrolável que se acaba em poucos segundos, pra voltar logo em seguida a procura de outra vitima. Nenhuma relação durável e sincera pode se basear unicamente no sexo, a não ser que os dois sejam tarados, e busquem sempre novidades, para estimular este impulso, inventando novas brincadeiras sexuais e novos parceiros. Uma relação integral é sempre baseada no amor, com ou sem sexo, e no companheirismo, onde os dois funcionam como uma unidade, e entrem em harmonia, criando laços que irão ampliar as possibilidades, movendo juntos a um estado de compreensão e contemplação... criando uma intimidade ou uma sintonia completa, onde um é capaz de ver as dores, os receios e momento de felicidade e tranqüilidade e sentir como se fosse nossos... Não há uma separação, o que um sente o outro sente, e por algumas trocas de olhares, pelo tom de voz e aparência já é possível saber o que se passa na alma do outro. Não existe força maior do que um amor assim é muito mais do que carne, há um dialogo de alma para outra alma. E este tipo de amor por ser universal não precisa ser necessariamente exercido por um homem e mulher, muitas vezes isto ocorre entre amigos de ambos os sexos e familiares, como mães e filhos e outros... Este tipo de afinidade tanto pode ser considerado como ótimo ou péssimo, porque sempre irão existir “flutuações” de humor e por envolver uma grande intimidade os choques são maiores e os impactos emocionais idem; é muito fácil se magoar e esta magoa pode abrir uma ferida imensa na alma e por mais que exista uma reciprocidade a relação pode acabar subitamente. Geralmente, procuramos nos proteger cirando barreiras e dificultando uma integração mais intima, sempre deixamos uma reserva de insegurança... E perigosíssimo nos entregarmos de corpo e alma numa relação, ficamos totalmente expostos e vulneráveis, porque o outro faz parte do nosso ser e como tal irá ou nos “salvar” ou nos “aniquilar”. Lembrando disso muitas pessoas resistem até o fim e querem provas suficientes que o outro é digno da nossa total confiança; muitos se fecham de tal maneira que nenhuma relação pode ser cultivada. E os sentimentos de amor são “embotados”, onde há o medo e o receio o amor não pode ser experenciado em sua totalidade. O medo dissolve o amor e abre espaço para o ódio e o rancor.

Critérios de seleção diferentes e antagônicos

quarta-feira, setembro 19, 2007

As pessoas tem critérios de seleção diferentes e antagônicos. Por exemplo uma pessoa pode detestar o zorra total ou programas do mesmo naipe, por achar sem graça, etc.; mas no entanto, esta mesma pessoa se divertindo com os seus amigos vai achar as piadas de seus amigos maravilhosas e engraçadíssimas mesmo que estas piadas tenha um nível de originalidade zero e seja completamente sem graça e até os roteiristas do zorra total não teriam coragem de colocá-las em seu programa. Da para entender um comportamento tão antagonista, falar mal de tal programa de televisão, com uma critica acida e violenta, criticando até mesmo as pessoas que adoram este tipo de programa e logo a seguir diminuir drasticamente o seu nível de exigência e dar gargalhadas homéricas das piadas mais infames e ridículas de seus amigos, e se embebedar a seguir!? Agora como explicar um comportamento destes? Com os seus amigos a pessoa relaxa, como se estivesse sob o efeito de uma droga potentíssima, se torna um “bobo alegre”, solta todas as tensões do dia; o nível de exigência é inferior a zero (forçando a diversão e o relaxamento, é uma atitude inconsciente), e para piorar, para este tipo de felicidade é necessário um alto grau de “imbecilismo consciente” as pessoas motivam-se em nome da felicidade. Ou seja, vou diminuir a minhas exigências, o meu censo critico será reduzido a nada, e desta forma, qualquer “piada” para mim será engraçadíssima. Se as pessoas utilizassem o mesmo critério de julgamento e seleção que fazem em relação a um programa como o zorra total, elas nunca iriam rir, nunca iriam gargalhar, pois, se for pensar bem, encontrar uma piada engraçada, ainda mais por não profissionais (até para humoristas profissionais é difícil) é quase impossível; então inconscientemente elas preferem se tornarem “imbecis” e rir imensamente das piadas mais sem graça e toscas de seus amigos. E não é só nestas situação que as pessoas se “imbecializam”, não só na comédia, mais no drama, no romance, na tragédia, etc., coisas que nunca admitiriam num filme ou numa novela, e se o mesmo comportamento fosse colocado em prática, as pessoas iriam criticar os personagens da novela, do filme, ou até mesmo os participante de um reality show; enquanto que em suas vidas particulares as suas atitudes, gestos, pensamentos são infinitamente inferiores, em inteligência, muitas vezes até em moral, ou originalidade se comparado aos produtos de entretenimento. Eu não julgo nem um aspecto nem em outro aspecto, o que estou me referindo é está tendência em falar mal de um “comportamento” e logo a seguir repeti-lo. Se as pessoas riem de piadas mais sem graças do que de vários programas humorísticos, porque criticá-los. Onde está a imparcialidade e o bom senso? Porque dois pesos e duas medidas? Porque manter esta hipocrisia cínica!?

O Sexo é tão trivial como comer um bombom

domingo, setembro 09, 2007

Não vejo nenhuma diferença entre comer um bombom e fazer sexo, para mim é quase tudo a mesma coisa. Dizem que quem faz sexo assiduamente é considerado(a) “promiscuo(a)” ou suja, discordo radicalmente. Qual é a diferença que existe entre comer um bombom unicamente pelo prazer, e fazer sexo unicamente pelo prazer? Dizem que só devemos fazer sexo com quem conhecemos bem e somente por amor, acho isto uma tolice, um desproposito. E no entanto, as pessoas comem um bombom, por exemplo, e este exemplo pode ser transferido a qualquer alimento prazeroso, sem saber o que ele é, quais são as substancias existentes nele e os malefícios que ele faz... Fazer sexo com uma pessoa desconhecida ou por uma pessoa a qual não estamos apaixonadas, somente pela excitação é igual ou tão errado como comer um bombom sem conhecer o que ele faz com o nosso organismo. Alias, o sexo somente pelo prazer é menos sujo, do que comer comidas que vão intoxicar o nosso organismo. Se fazemos sexo com responsabilidade, nos protegendo e tomando todas as preocupações possíveis não causa nenhum mal, muito pelo contrario, mesmo sendo sexo somente pelo prazer, há trocas de afetos e estimula a auto-estima e é totalmente gratificante. No entanto, quando comemos comida que nos faz mal, com excesso de gorduras, açúcares e outras substancias prejudiciais ao organismo, este alimento entra no nosso organismo, e vai para o coração, cérebro e todo o organismo, isto sim que é promiscuidade pura, e nos torna sujos... e o sexo, que muitas vezes não há nem mesmo troca de fluidos, e não pode contaminar o nosso sangue quando estamos protegidos, é infinitamente mais saudável do que devorar alimentos que nós intoxica, e de certa maneira o contato com um alimento é um processo que requer uma intimidade infinitamente maior do que um simples ato sexual entre dois seres humanos. Uma garota de programa que cuida da sua saúde, tem uma dieta balanceada, com exercícios físicos é mais “limpa” do que uma outra pessoa que fuma, bebe bebidas alcoólicas e se intoxica com o excesso de alimentos; e só fazer um exame de sangue e verá que a garota de programa e limpinha e tem um pulmão saudável, e a outra, que não cuida da sua saúde, está suja... Fazer sexo requer um grau de intimidade e conhecimento menor do que, por exemplo, comer um simples bombom, porque a substancias químicas de um bombom irá entrar no âmago do nosso ser e alma, no que é mais intimo e profundo, que é o funcionamento interno de nossos órgãos e irá nos afetar como uma bomba se não tomarmos todo o cuidado necessário; e isto não acontece o mesmo em relação ao sexo, a não que a pessoa não se proteja devidamente e fique grávida ou pegue alguma doença venérea. Eu me sentiria menos sujo e mais limpo, menos promiscuo fazendo sexo todos os dias com uma garota de programa do que ingerindo alimentos que irão apodrecer o meu corpo, como: carnes gordurosas, bolachas recheadas, produtos industrializados, salgadinhos, doces, fumando cigarros, ingerindo bebidas alcoólicas, drogas ilícitas, etc... O caráter de uma pessoa não se julga pela ausência ou presença de sexo na sua vida, ou se ela faz sexo por amor ou somente pelo prazer, há garotas de programas que são mais dignas e amorosas, e respeitosas, do que outras mulheres que nunca fizeram sexo e são um poço de amargura e preconceitos...
Eu invejo todas as pessoas que fazem sexo sem inibições, sem preconceitos, não achando que o sexo é sujo, e não tem medo de exibir a sua sexualidade, seja na TV, na internet, ou entre os seus amigos. O sexo é um prazer igual aos outros e não é menos sujo ou mais sujo do que qualquer outro tipo de prazer; mesmo quando é feito só pelo prazer há trocas maciças de afetos, tocar em outro corpo, ficar próximo, sentir a sua pulsação vital, abraçá-la, sentir o seu calor e cheiro é uma experiência extraordinária. Se pudesse eu faria sexo todos os dias, com pessoas conhecidas ou não, com amigas ou ficantes, garotas de programas, com familiares sem laços de sangue; por amor, ou só por tesão, com uma pessoa ou varias, de todas as maneiras possíveis, procurando sempre novas formas de exercer a minha sexualidade com plenitude, sabedoria e respeito por mim e pelo outro. Além disto, eu também seria capaz de fazer amor com uma mulher que eu não sentisse nenhum desejo sexual somente por caridade, para suprir alguma carência, alguma tristeza ou depressão, somente para aumentar a auto-estima dela, caso achasse que isto iria ajuda esta mulher e trazer algum conforto espiritual...









Fuga Numero Um

sábado, setembro 08, 2007

A solidão é um refugio, abriga uma infinidade de possibilidades; é na mais escura e densa solidão que os gênios são forjados. Quem tem medo da solidão tem medo de si mesmo... as pessoas querem disfarçar o vazio de suas existências com uma super-saturação de sensações, amizades e relacionamentos; quanto mais elas fazem isto mais cresce a alienação e o entorpecimento, ficam perdidos sendo guiados unicamente por um “cego” invalido e burro chamado prazer. O sábio é auto-centrado, contemplativo, não se dispersa; nunca “ri”, rir é uma maneira odiosa de humilhar os outros, rir é ridicularizar, é rebaixar só para se sentir superior. Quem ri é egoísta, só pensa em seus sentimentos, não se importa com o outro; ri daquilo que não incomoda a si, se ele tem um defeito ou sofreu um trauma, ele se defende contra a humilhação, mas se ele não tem este defeito e isto não o incomoda com uma crueldade sem limites ele irá humilhar aquele que tem o defeito que ele não tem. Por isto, por causa da humilhação, ninguém confia no seu próximo, todos mantêm uma reserva, um casulo onde os segredos mais devassos (em seus pensamentos) são reprimidos e se transformam em monstros. Todos precisam necessariamente agir de determinado modo, seguindo os padrões sociais, dissimulando, nunca confiamos plenamente no outro, porque ele sempre poderá nos humilhar. E como somos seres essencialmente sociais, a opinião do outro e a rejeição irá nos afetar de uma forma devastadora, como uma morte real. Há um jogo de interesses, uma competição incessante, uma desconfiança que não cede nunca, neste ambiente hostil surgem, criminosos, conflitos, guerras, insanidades... Não há nenhum outro mal social que é tão devastador quanto à humilhação e a “gargalhada”, daí originam-se todos os preconceitos (racismos, homofobia, machismo, etc.), a desigualdade social, e um abismo intransponível entre os seres...

Fragmentos Numero Um

Nem sei se as pessoas existem. Dentro do meu mundo de faz de conta, as pessoas têm características que somente um pesadelo pode ter. Fora de mim elas não existem, porque eu concebo a minha própria realidade e elas são na verdade circunstâncias circunscritas da minha concepção de realidade estão na periferia do meu eu; apesar de que pelo meu poder, posso até mesmo pensar que elas são o centro, quando na realidade o centro são as idéias que eu faço delas, as qualidades e afetos, símbolos que eu coloco nelas, mesmo que elas não possuam nenhuma destas qualidades. Pois vivemos constantemente a farsa de nós mesmo.

Há sempre um vendaval de desejos nos assolando a todo momento. Ter desejos é estar a mercê do outro, daquilo que não faz parte da essência do nosso ser; é uma fuga de nós mesmos. Não ter desejos significa desejar ardentemente a nós mesmos, e nos aceitar incondicionalmente, independente das nossas qualidades ou defeitos, as qualidades e os nossos defeitos não fazem parte da nossa essência pura, que é neutra, límpida e transparente, não corrompida nem pelos desejos, nem pelas ânsias e medos, nem pelo ódio, nem pelo ciúme é uma infinita tranqüilidade auto-centrada. Quem descobre esta verdade alcança a suprema felicidade eterna, quem desconhece esta verdade vive de felicidade a felicidade e de dor a dor, alternando sempre momentos bons e ruins, pois o que é fora de si esta sempre causando ruído e perturbação no intimo do ser, e criando desejos efêmeros e irreais, vivem no vai e vem das oscilações constantes da conexão incompleta entre o interno e o externo. Não existe maior felicidade do que nos olhar com os nossos próprios olhos, olhos da alma, que não foi corrompido com a verdade dos outros, e não nos remete ao pensamento dos outros. E é tão difícil nos olhar com os nossos olhos... Tente meditar profundamente, e afaste todos os pensamentos externos, e observe a beleza radiante de seu ser, veja a si mesmo sem nenhuma concepção que não seja sua... Ai descobrira o seu eu real, o seu ponto de apoio, o refugio e a força que solucionara todos os seus problemas e angustias...