Prazeres básicos

sábado, junho 30, 2007

O sexo, ou aquilo se conclui por sexo, é um sentimento de inoperância imanente a espécie e não objetiva nenhuma qualidade moral ou intelectual, é um rastro de “irracionalidade” fortemente arraigado em nossa personalidade e genética primaria do cérebro. Os “homens da cavernas” se divertiam com o sexo com a mesma alegria e falta de descriminação que o homem moderno se diverte. Nisto nós os igualamos por nossa própria inépcia e falta de “inteligência”. O sexo é um prazer “básico” e “grosseiro”(rudimentar) do ponto de vista que é imanente e não requer nenhuma ampla elaboração mental, tudo já está pronto... Agora, para apreciar uma obra de arte real, fruto de um estudo primoroso, como um livro, uma pintura ou uma musica é necessário ter um aparato gigantesco de conhecimentos e noções de regularidade, que vai da combinação perfeita de cores, formas, movimentos, palavras e todo elemento que compõem uma estrutura definida e organizada proporcionalmente, fundamentado por um incrível senso de estética e auto-critica. Tal movimento, que é uma profunda elaboração interna, uma busca por si mesmo e significados, um aprendizado longo e laborioso não é encontrado no sexo e nem em outras fontes de prazer imediato, que não requer nenhuma modificação interna. Infelizmente nos vivemos numa sociedade obsoleta, com idéias e padrões totalmente obsoletos; por um lado há uma tecnologia avançadíssima e por trás desta tecnologia há produtos sem nenhuma qualidade e que nos remete aos primórdios da civilização. A sociedade, num dado momento, quando gozou de uma “liberdade” autentica não conseguiu utilizar este elemento para alavancar um aumento de qualidade da vida mental, e, retornou a um “barbarismo utópico” cultuando o que era mais fácil e evidente... Hoje em dia, apesar do conhecimento cientifico avançadíssimo, temos problemas de convivência e não conseguimos lidar conosco mesmos e nem com o outro e a criminalidade crescente e mais uma evidencia deste fato.

A morte...

A morte é uma inarmonia num estado natural de não-vida; quando acordamos e nos conscientizamos da nossa existência ocorre uma supressão continuada do tempo, tendendo para uma inadequação perpetua de um movimento que não se resolve nunca, dando uma falsa impressão de linearidade, motivando lapsos estruturais na integralidade do espaço... os “buracos” abertos por esta falta de consistência criam inexistências que transparecem uma objetividade direta porém são reflexos incontidos de uma existência real, rastros a qual delimitam uma marcação de um evento modificador... Seguir o curso de uma existência tal, no ponto do observador, não evidencia a existência de um ponto congruente, mas estrutura a própria existência do observador; o ponto observado é sempre uma visão disritimada de si mesmo, uma lacuna de incongruência na percepção da nossa própria consciência, por isto, buscamos o outro na intenção de nos situarmos num determinado perímetro de existência, mas, quanto mais fazemos isto seguimos mais pela direção contraria e nos perdemos... somente a auto-observação pode nos salvar de nos mesmos.