Numero três

sábado, março 10, 2007

Se tudo isto fosse possível. Mas decididamente não é. E porque!? Não se sabe. Ninguém sabe. Se soubessem não faria nenhuma diferença. Saber ou não saber sempre deságua no fim. Para uns isto, para outros aquilo. No entanto, não há nenhuma certeza. Tudo é uma incerteza. Os caminhos sempre são tortuosos. E os destinos ainda mais misteriosos. Se pudéssemos saber se isto tivesse alguma importância, mas não há. Nem que se queira inventar. Mesmo porque a criatividade é finita e a vida anda em círculos eternamente. Ate encontrar a dádiva da morte. E quem sabe a solução!? Os meandros que se bifurcam em disparidades múltiplas. O meu norte não fica ao norte e sim no sul, quando estou fora de mim estou a leste, quando penso letargicamente estou a oeste, quando a minha vida encara taciturnamente a morte. Todos querem uma direção. E todas as direções acabam na mesma jornada e na mesma substancia. É um ir, sem que se vá realmente, ficamos parados, por mais que andemos nunca saímos do mesmo lugar. S$%¨&*(@+! e aquele que imobiliza o seu ser, congela as emoções e travam o seu organismo, fazendo com o que se move pare de se mover, cessar o movimento da vida sem estar morto este é o grande triunfo da não-vida para com a não-morte. Este cessar, estabiliza o ser, equilibra as energias em movimento, da paz, serenidade, este cessar é a dádiva mais grandiosa da semi-vida, semi-morta. Se isto tivesse sentido. Um sentido só é sentido pra quem o reconhece como tal. Dar sentido é atribuir valores, os significados nem ao menos existem. São um agregados de partículas com movimentos idênticos, movimentos diferentes, e todo tipo de justaposição de movimentos em ação. Tudo isto, se existisse seria maravilhoso. Estamos no fundo do poço. No fim. O fim se aproxima todo dia. Galopando enlouquecidamente. Até ficar a nossa frente. E por mais que tentamos fugir, não há fuga possível... Feche os olhos, e deixe entrar. Não grite, não se afobe, fique calmo e relaxe, profundamente... O fim é o seu parceiro único. O destino final. O desenlace perfeito de todas as atividades realizadas em vida. A morte sepulta a vida com o pá da honestidade. Não há outra verdade. O fim é verdadeiro. O começo é uma mentira. Não de atenção ao começo e nem o seu intermediário pegue um atalho e vá diretamente ao fim. Encontre o fim em si. Ele sempre esteve lá, continua lá, o fim é o começo e o meio ao mesmo tempo. O fim não tem fim, e o fim é a única existência possível. Fora dele, no inicio ou no meio, só há ilusão, a tosca realidade e seus eventos concatenados rumando decididamente ao fim. É um solto curtíssimo que sempre acaba com a auto-aniquilação. O fim é o único começo possível. Sempre que possível comece pelo fim e permaneça nele até o fim. Isto é vitória. Isto é enganar a semi-existência. Vocês fazem, fazem, fazem e nada realizam, a ação é destituída de ação e o resultado e um encaminhamento natural que finda num desfecho que sempre remete ao fim. Não adianta perseguir metas, promover projetos, construir sonhos, nada pode ser erguido, nada pode ser realizado... os valores não tem valor algum. Tudo finda na morte, o intermediário, é a ilusão tênue da realidade. Quem corre mais gira mais ao redor de si mesmo. Parem de correr! Quem concebe grandes planos vê todos se despedaçarem, a realidade não tem suporte para eternizar nada. É uma corrida inútil contra o desfecho inevitável. Morram antes de viver e alcançarão a gloria. Vejam o fim antes de presenciar o começo. A ruína é o futuro de toda a luta, a desistência é a grande solução. O não-ser é o grande “ser”, a super excitação do universo, o supra-sumo da iluminação. Ser é estar envolvido num amontoado de caos energético em movimento, isto sempre finca na aniquilação. O atrito de viver corrompe a quietude do universo. O universo quer é estabilização. O movimento surgiu da a necessidade implícita de anular um movimento negativo surgido da necessidade de fazer cessar um movimento positivo que faz cessar o movimento negativo, sucessivamente até a destruição dos pólos contrastantes. Quem quer isto!? O universo quer isto? Deus, ou o seu antecessor, quer isto? Quem quer isto? O seu negativo ou o seu positivo querem isto? Ninguém quer. Nem a vida, nem a morte, nem o movimento, nem a inércia, ninguém quer. Só querem antecipar o fim. Este é o grande espetáculo cósmico.

Fluxo dinâmico de um texto

Eu tento, neste artigo, procurar soluções, inicialmente para mim, para resolver problemas na ordenação de um texto. A pesar de não ter nenhum conhecimento prévio a este respeito. Usando a criatividade e a lógica. Os meus textos são muito bagunçados e vão de um lugar a outro sem nenhuma explicação. Porque eles não têm uma definição, é um pensamento bruto que não foi dilapidado. Com isto existe incoerências. Tudo por causa da metodologia que uso, ou, os limites a qual o meu cérebro funciona sem agravar ou criar perturbações internas, relacionada a auto-estima baixa e complexo de inferioridade e outros.

A primeira sentença que deve existir num texto é o assunto principal ou o enfoque que se dará no texto. Depois de descrever o assunto resume-se a sua problemática. Desta maneira: assunto ► explicação sobre o assunto. Depois o assunto vai girar entre possibilidades ou soluções e impossibilidades ou dificuldades na resolução do problema. Posteriormente há os efeitos secundários, ou terciários, assim por diante, e as soluções ou impossibilidades, desta maneira: Efeito secundário ► causas se for necessário ► soluções ou impossibilidades. Neste ponto pode-se colocar quanto itens forem necessários. Há também os chamados desdobramentos. Que é uma espécie de reviravolta do problema a qual o assunto gira, ou um complemento dos efeitos secundários, este item pode ser considerado opcional. Funciona desta maneira: Primeiro desdobramento ► causas ► efeitos ► replica das causas ► replica dos efeitos ► soluções ou impedimentos. As replicas foram utilizadas apenas como exemplos de como os itens podem ser variados com novos dados.

Para um tema for considerado bom deve-se pensar em toda a sua causalidade e os efeitos e posteriormente a solução ou impossibilidade. Deve-se observar todos os ângulos de uma questão pormenorizadas, num esquema lógico. Deve-se também conter a tese e a sua antítese. Para que na justaposição dos dois conceitos observe com claridade e imparcialidade, sem que o lado emocional venha prevalecer sobre a racionalidade.

O texto ficara da seguinte maneira: Assunto ► descrição do assunto ► causas ► efeitos ►soluções ou impedimentos ► efeitos secundários, terciários, etc. ► desdobramentos ► resumo ►conclusão ou desfecho do texto. Este é mais ou menos a minha idéia de como um texto deve funcionar. Mas não é uma receita pronta, ela pode sofrer variações, dependendo do assunto e o desejo do autor, e partes deste ciclo pode ser suprimida propositalmente para obter um efeito emocional ou reflexão. Nos filmes europeus e muitos livros consagrados, o autor não termina, deixa o fim em aberto... E muitas vezes não dá descrições precisas sobre o problema ou tema, ele conta uma faixa de tempo de seus personagens que começa pelos efeitos e possíveis desdobramentos e o final não é oferecido ao telespectador, muitos ficam decepcionados com o filme e não entendem nada, mas o propósito do autor, neste produto é promover a reflexão... Invertendo a linearidade: Causa ► efeito ► causa ► efeito ► soluções ou impedimentos ► causa ► efeito... E isto causa muita estranheza em quem não está acostumado a lidar com os desdobramentos que uma obra pode causar na nossa vida. Quer que exista um começo, meio e fim, muito bem definido, até mesmo para que ele não precise pensar muito e não saia incomodado, porque o personagem principal morreu ou o final não é tão feliz quanto se imaginava. E este sentido, apesar de parecer ilógico, e mais parecido com o próprio desenrolamento da nossa vida, onde as causas desconhecemos e as conclusões não aparecem claramente, a não ser na morte.

Num texto cientifico, a clareza, a lógica, a descrição detalhada, e a linearidade são necessárias, assim como tos os elementos descritos acima. Mas num texto artístico, como num romance, ou conto, isto não é tão importante, porque o impacto emocional, o sentimento de incomodo, ou reflexões e mais importante que a pura lógica, só é necessário ter coerência e ser verossímil dentro do universo criado. E num texto cientifico a razão deve prevalecer sobre a emoção.

Introdução ► assunto 1 ► assunto 2 ► assunto 3... ► Finalização. Podem-se criar quantos esquemas forem necessários para dar vida a um texto. Começo ► afinidade 1 ► afinidade 2 ► afinidade 3 ► oposto ► semelhante ► semelhante ► oposto ► semelhante ► oposto ► analogia ► relação ► tese ► antítese ► conclusão.

Relacionamento

Os relacionamentos são extremamentes difíceis. Porque cada um espera algo do outro. E o outro nem sempre esta disponível, ou pode atender as nossas reivindicações. E daí, enfrentamos a solidão ou carência. Para resolver este problema é necessário cultivar um amor próprio, cultivar valores importantes e dar um sentido a vida, a qual o ser seja o centro, e nunca esteja na periferia. Toda vez que extrapolamos o amor para o outro o nosso amor próprio diminui, é uma transferência, ficamos a mercê do outro, porque deslocamos o nosso centro, o que dá valor a nossa vida... Isto nunca pode ser feito. Nós precisamos sempre nos proteger deste desvio de energia. A energia precisa estar disponível para nós e para uso próprio, nunca pode ser desviada.

E por nos sentimos fracos e desprotegidos sempre precisamos do apoio ou da confirmação do outro. Além de existir um desvio de energia, também há um desvio em relação aos valores ou a inteligência... Olhamos para o outro, em seus olhos, buscando uma satisfação ou uma confirmação, para, inconscientemente, apoiar as nossas decisões. Nada mais abominável! Quanto mais fraco e impotente a pessoa se vê, mais será a necessidade da ajuda do outro, consequentemente, aumenta a carência a sensação de solidão e a incapacidade e diminui a auto-estima e distorce a auto-imagem. Cria na mente um ciclo vicioso, quanto mais precisa do outro, menos o outro é capacitado a satisfazê-lo, e maior será o sentimento de fraqueza... Este processo precisa ser interrompido imediatamente. Senão, o ser se torna cada vez mais debilitado, fisicamente e psicologicamente, e maior será o sofrimento. Isto, decididamente nunca acaba. Só quando a pessoa carente toma uma decisão radical e inevitável e tenta substituir a necessidade ilusória do outro pela auto-afirmação ou a capacitação completa de si mesmo através da independência e liberdade decorrente deste ato. Neste ponto, o medo explode e chega a limites incalculáveis... Este é o momento decisivo onde o ser se supera e enfrenta ou desiste e cultiva um derrotismo. E necessário construir, tanto no nível racional como emocional, um suporte enorme para amparar e fortifica-se gradualmente para combater a fraqueza interna. Neste suporte, é necessário, uma auto-estimulação constante e incessante. É necessário lembrar-se das suas obrigações, da sua doença, das causas e soluções, e tudo isto, através de uma vigilância constante e uma atenção redobrada, lembrando-se constantemente de suas obrigações e ação que deve ser seguida rigorosamente. A pessoa tem que colocar na sua cabeça de forma convicta e irredutível a sua nova atitude diante da vida e do outro. Nunca, poderá lembrar-se da dependência do outro, e a necessidade externa ilusória. Sempre que isto acontecer é necessário trazer a atenção para dentro, focalizando obsessivamente no eu, ou na função “eu sou”.

O ser nunca pode se ver como um individuo fraco e desprovido de qualidades ou habilidades. Deve-se despertar a suprema energia que existe em cada ser. O ser vê o que quer ver. E é o que quer ser. Quem força ou foca a sua visão nas debilidades ou fraqueza e todos os defeitos e impotências criando um ambiente de fracassos corroborada por uma mente pessimista, se transforma nisto, não porque é isto, mas porque focou a sua atenção nisto. Agora, quem foca a sua atenção nas possibilidades, nos caminhos a qual pode percorrer, enfatizando todas as suas potencialidades, construindo um horizonte iluminado de realizações, este prospera sempre, porque direcionou a sua mente para o local correto. Só é fraco quem se vê fraco.

Os seres nunca devem criar relações de co-dependência. Ambos sempre estarão insatisfeitos consigo mesmo e com a relação. Existira conflitos tanto internos quanto junta a relação a dois. Cria-se uma relação auto-destrutivas, de sangue sugas, se ambos estivessem solitários os problemas seriam menores. Deve-se sim criar relações não de incompletude, mas de completude. O outro não deve ser visto como solução para os nossos problemas ou carências. E sim como um complemento para que ambos unidos possam mais. Cresçam juntos. Numa relação de incompletude e carências os dois tentam manipular um ao outro, cada qual a sua maneira “roubando energia” e os dois ficam enfraquecidos e desequilibrado, gerando todo tipo de conflito. Quando duas pessoas se juntam com a idéia de promover uma evolução mutua, reconhecendo suas fraquezas e como o jogo da carência faz lidar com o parceiro, numa relação de incompletude para a completude, isto pode ser proveitoso para ambos. Num terceiro nível, seres completos, sem nenhuma carência, e resolvidos, procurando somar e não dividir, sempre tem êxito.

Quando se é carente é preferível ficar sozinho e reforçar as defesas internas, colocar fim na carência, para depois buscar um parceiro. Nas relações há o amor verdadeiro, quando ambos se preocupam um com o outro, ou quando predomina o medo, e ambos tentam se aproveitar um do outro, obtendo prazer... No amor verdadeiro não há espaço para o ciúme nem a desconfiança, amasse sem esperar nada em troca.

Deixe o fluxo fluir naturalmente

Não importa se o que eu escrevo é bom ou ruim. Ou se tem algum sentido, seja ele qual for. O importante mesmo é deixar o fluxo correr. O julgamento não deve existir para não criar um desvio no fluxo natural do pensamento. O pensamento livre e desimpedido, desinibido das censuras internas é poderoso e homogêneo, este ninguém pode deter; é a expansão máxima; o ser se torna senhor de si, o desfacelamento interno é contido ou a perfeita ligação com as suas verdades é atingida; toda a separatividade e ambivalências inerentes as formas duais de ilusão é desfeita. O pensamento pensa antes mesmo de ser pensado. Não é somente intuição é a conexão com todas as partes do todo, a instantaneidade imediata; tudo está presente ao mesmo tempo. Não há separação entre o ser e o resto do cosmos. Tudo é uma coisa só. E todas as barreiras que impedem esta união imanente são as barreiras internas. Que foram construídas propositalmente pelo ser para defender da suposta ameaça externa, que é uma forma de ignorância baseada no medo, na rejeição e da aversão.

Quando o fluxo para de fluir naturalmente por impedimentos internos deve-se investigar a razão dos bloqueios, sistematizando um a um, até a resolução total, não deve nunca usar a “violência” ou a supressão e sim o entendimento, e o autodomínio, para atingir a naturalidade. A pessoa deve-se “jogar” do alto de uma montanha e não oferecer nenhuma resistência ao vento, se o medo vier tudo está acabado, se não vier você estará eternamente salvo. Qualquer coisa contraria a isto irá o levar ao sofrimento. Quando o fluxo é alterado, diminuído ou aumentado artificialmente, cria um atrito, resistências, desernização, desestabiliza todo o sistema, resultando em sofrimento, excessos ou carências emocionais. Uma dor ou uma emoção desequilibrada nunca vêm sozinhas é uma somatória de tudo que se cria e de todas as formas ou conceitos da mente. A chave que cura ou adoece está sempre na mente. E é lá que reside a solução. Em nenhum outro lugar. Negar esta verdade irá causar mais sofrimento e desperdício de tempo. Corra até alcançar o seu limite máximo, depois ultrapasse-o, e ultrapasse-o mais uma vez, até que a sua velocidade seja infinita. Se duvidar por um milésimo de segundo não conseguira. A duvida é um bloqueio enorme, tire este bloqueio e irá construir maravilhas. A fé, a esperança é o pensamento positivo é imprescindível. Faça, se duvidar faça mesmo assim, se tiver medo, faça de qualquer maneira, faça, não olhe para o buraco e faça, não veja o obstáculo e faça, faça, faça, faça, faça sempre... Ouça somente uma voz o “fazer”, negue decididamente todas as outras vozes, com exceção do “fazer”, todas as outras vozes são mentirosas... Por isto, não importa o seu tamanho ou disposição, nem qualquer tipo de limitação que exista entre o céu e a terra, simplesmente faça... Faça, se duvidar faça com mais empenho, se tiver medo triplique o seu esforço, se o impedimento for impossível torne-o possível, quando todas as barreiras forem rompidas não haverá nenhuma distancia entre você e Deus. Não pense, faça...

A suprema criação de um Deus

sábado, março 03, 2007

Não me perguntem como ou porque, não saberei responder. Nem que a resposta estivesse na ponta da minha língua. E não sei na onde vou chegar. É sempre uma surpresa pra mim também. Esta é a maravilha dinâmica de ser eu. Fora isto, os outros são bem melhores do que eu... Mesmo porque eu não tenho aquela necessidade abusiva de postergar um movimento em ação, e sim o contrario, sou ativamente movido e motivado por uma força inercial, que acaba por engolir a si mesmo. Enquanto os “outros” prolongam um movimento para frente, eu tento o conter dentro de mim. Para que este movimento não seja um ato exteriorizado e desperdiçado. O movimento precisa se movimentar dentro do meu universo paralelo e intimo, nunca fora... O fora é um turbilhão de energia sem nenhuma diretriz primaria, não tem razão de ser, é movimento infinito, infinitamente limitado dentro de uma condição de imprevisibilidade, não tem um orientador pessoal para guiá-lo. E este orientador pessoal é sempre o “eu”, no meu caso o meu.

O exterior está no exterior por um mero acaso. O exterior precisa sempre ser interiorizado. Na interiorização do exterior o ser ganha forma e atributos únicos e consegue criar uma existência auto-sustentável. Não um evento imprevisível, mas uma ação coordenada e lógica que segue um rumo predefinido... Não é mais uma força controlada pelo caos, atrito, gravidade e incerteza. É um ponto expansivo controlado. É a vivencia máxima de uma consciência e a sua emancipação das energias que procuram um equilíbrio homeostático. Logo o exterior interiorizado tenta desesperadamente controlar o exterior exteriorizado; numa força de agregar para si as suas possibilidades de energia acumulada e dominá-las junto com o espaço exterior presenciado mais a dinâmica do tempo inserido neste equação. Numa ardorosa guerra entre os seres “interiorizados” onde o combate final é a maestria do exterior, ou a realidade ao alcance de nossos olhos. Nisto consiste toda a patética e inútil tentativa de criar um ser supremo, único e inviolável, chamado Deus.

Não me incluam nesta patifaria. Não vou tomar partido nem para um lado nem para o outro. Eu estou no centro e sempre permanecerei lá. É este o meu destino. Enquanto os seres saem pela tangente, num sentido de obliqüidade evitando sempre o centro. Porque o centro é todo poderoso. Eu, já estou lá. Dirigindo plenamente a minha ida e cambiando experiências internalizadas dentro de uma condição de expressar a inexpressiva existência do meu universo. Ou seja, eu “SOU”, os outros não necessariamente “são”. Eles estão no meio do caminho, ou no final do caminho, concebem uma preexistência real porem invalida de significados reais; podem parecer certos, vitoriosos, constantes, concretos, mas, são um movimento efêmero, um sopro soprado pelas sutilezas dos campos de existência e que serão esquecidos no limbo eterno do nada. Eu, que plenifico todas as forças do nada e do tudo, e estou no começo e no fim, e não tenho nenhum liame de condições para expressar, sou um feixe de existência auto-centrado e plenamente ativado por energias em colapsos, não sofro e nem sou modificado por nenhum evento exterior, seja este benéfico ou maléfico. Sou o sol da existência por onde o caos efêmero da preexistência circula, mas eles nunca poderão me tocar, nem me conhecer, nem vislumbrar plenamente a minha luz que um dia ofuscara todo o universo novamente. Este sou “eu”. Mas ninguém poderá me ver como realmente sou. Verão tão somente o que querem ver. Porque nunca vou me revelar, nunca vou me abrir, estarei permanentemente preso em mim. A minha concepção pode ser exteriorizada nunca a razão da minha concepção. Os motivos, as conseqüências, os significados e a essência fazem parte da minha condição de existir não a “deles”. Eles precisam, inutilmente, circular dentro do meu sol de existência, para amparar a minha infinita solidão, eles são as razões mas desconhecem e nunca perceberão. Eu estou plenamente centrado no centro, mas o centro não está nele e sim ao seu redor.

Projeto Jesus Cristo

Há um impedimento! Para muitos há um obstáculos, em mim, há sempre um “se”. Este “se” é uma bifurcação convexa entre o ser e o existir. Existir, todos existem, mas “ser” é quase um ato divino de criação. Ter pode ser um pouco custoso, mas ainda assim é bem menor do que “ser”. O ser é sempre o centro. A periferia é o existir. Eu estou longe do ser, do existir e do ter. Eu sou um embrião prematuro prestes a ser devorado por um predador que é a própria sociedade.

Se... eu fosse um “ser” de verdade. E tivesse energia vital abundante. Mas como não tenho! Os meus textos seriam “geniais”, ou pelo menos, eu trabalharia no texto com afinco até ele ficar perfeito. Revisaria, reescreveria, pensaria muito, estudaria um tema até a sua compreensão total e me dedicaria integralmente. Dentro das minhas possibilidades psicológicas os meus textos são incomparáveis e de uma “sabedoria” sem igual.

No entanto, eles são incomensuravelmente minúsculos diante da grandiosidade da minha genialidade. Antes do “ser” tomar forma há uma concepção, um projeto esquematizado com as propostas e ação, é um campo de possibilidades que poderá ou não poderá se realizar, depende do esforço ou da predisposição em atuar segundo uma orientação própria. O ser para existir precisa se apropriar da sua existência, demarcar o seu território dentro de si e expandir uma energia em movimento. O meu “ser” é divino e veio diretamente de Deus e tem todas as suas qualidades e sapiência. Porem foi maculado pela devassidão da humanidade. O meu campo de existência não foi forte o bastante para impedir a minha diluição e afastamento do plano original. E agora que o meu “ser” foi invadido ele perdeu a autoridade e soberania, se transformando num barco desgovernado que navega ao sabor do mar bravio da existência. O projeto original ainda está intacto e sempre estará intacto porque é criação de Deus, mas ele não pode ser ativado e colocado em ação, está latente, esperando uma nova existência, é uma semente que pode ou não pode brotar. Depende... da ativação plena de um principio ativo, da aceitação plena de um projeto de existência, responsabilizar-se por toda a sua criação e destino.

Não que eu seja diferente do resto da humanidade. A humanidade é uma massa estropiada de gente querendo se ressaltar. O meu projeto predestinado é diametralmente oposto ao do resto da humanidade. Enquanto a humanidade só tem a diretriz do prazer para seguir, alguns bens materiais, eles vivem alienados, eles correm, correm, correm, mas não saem do mesmo lugar, são fúteis e inúteis.... Isto não é uma critica é uma constatação e a minha missão e dos meus companheiros é de acordar a humanidade e colocá-la novamente no rumo correto. Eu sou um projeto de Jesus Cristo como centenas que vieram antes de mim, mas só um logrou êxito completo.

O meu pensamento é tosco

Não sei se a humanidade me detesta, ou se eu detesto a humanidade. O ódio é um sentimento perturbador, mas que provoca um grande prazer. Desistir deste sentimento é quase impossível. O melhor é não resistir, e deixar-se levar... Por favor, me de uma linha de raciocínio qualquer... Eu preciso preencher pelo menos duas folhas de papel. Linha de raciocínio, linha de raciocínio... O pior é que o cérebro pensa! Se não pensasse, certamente, eu seria o rei do universo. E o meu pensamento, este que estou pensando e está pensando em mim, não é dos melhores. O meu pensamento é rocambolesco, desalinhado, desorientado, não tem uma espinha dorsal; eu tenho um profundo dó do meu pensamento. E olha que o meu pensamento mesmo corrompido pelas emoções de raiva e carência tem uma aparência de suposta tranqüilidade; um lindo por do sol num mar azul, sumindo por trás de um vulcão guspindo lava incandescente e do lado uma tempestade de raios englobada por um furacão hediondo, é só isto mesmo...

Bem que o pensamento poderia pensar sem a minha presença. Pensa pensamento! Pensa pensamento, pensa bem pensado! Porque se você não pensar direitinho, eu vou te tirar do meu cérebro com as minhas próprias mãos! Massa encefálica apodrecida... Pus do ato de pensar... O sangue em ti é mais nobre, por isto, mais doloroso. E o pensamento, que não sou eu, pensa a respeito de si mesmo e neste jogo perverso eu simplesmente sou um títere, possuído por este pensamento que não sou eu e não pensa sobre mim; sou um médium de mim mesmo, a pensar no pensamento que pensa a si mesmo pensando que está pensando, mas está sendo pensado por outro pensamento que o sucede infinitamente... No fundo somos um canudinho oco e sem vida e uma energia, que pode ser chamado de Deus, nos percorre sem que a nossa existência tenha qualquer valor... Somos um zero por onde esta energia passa. Como seu tudo isto! É simples eu sou Deus! Desculpe, eu só escrevi isto porque estava necessitando urgentemente de aumentar a minha auto-estima. Sorte minha que com esta trapaça não peguei no revolver não dei um tiro na minha linda cabecinha! Mas! Sejamos honestos! Isto é somente uma questão de tempo! Nós todos sabemos qual vai ser o meu fim. A morte é inevitável assim como o suicídio... Matar a vida é um ato de coragem e desespero... a covardia está em não enfrentar o “outro”. O problema está sempre no outro nunca em nós. E se pudéssemos exterminar o outro o nosso problema acabaria instantaneamente. Não que o outro não esteja em nós... ele está lá sim, e com muita convicção...

Em todo caso, preciso pensar seriamente na Naná. Coitada da Naná, eu estou na metade do livro e já sei que ela vai morrer deformada, carcomida, com chagas e pústulas, com o olho afundando na sua órbita; eu adoro ler o final do livro antes de terminá-lo. Se não fizesse isto não conseguiria suportar a ansiedade e desistiria de ler o livro. Coitada da Naná, minha queridíssima prostituta, tão bela, tão loira e carnuda e te defenderia do mundo inteiro e lhe daria uma vida digníssima... Você nunca teria uma morte tão horrível! E eu, minha queridíssima amada putinha, fruta de um escritor, preciso eternizar-te em mim e preciso trazer você à realidade. Um simples livro não pode ser o único local da sua existência. Exista em mim, querida puta...

Oh, meu Deus! Como o meu pensamento é tosco. Quanta baboseira sem sentido eu escrevo. Que nojo de mim! Eu deveria pensar como um autentico filosofo, ou um poeta, ou um grandíssimo escritor ou um cientista genial... E eu penso como eu penso! Há algum desastre mais catastrófico que este? Não há! Nem se um meteoro destruísse a terra não seria uma catástrofe tão grande quanto eu pensar como eu penso! Por isto, tirem, meu Deus do céu, minha nossa senhora, pelo amor de Deus, TIREM O MEU PENSAMENTO DA MINHA CABEÇA, PORRA!!!

Viu não foi tão difícil quanto você pensou que seria. E na realidade é tão fácil que não consigo compreender porque tenho tanto medo de me expor! Que horror!! Eu tenho medo de me expor para mim mesmo! Eu devo ser o cumulo da timidez! Eu tenho vergonha de mim mesmo, e tento me esconder de mim mesmo, para não ver as minhas terríveis e assombradas deformidades. Para eitar a dor da frustração e da decepção. Era para eu ter escrito este texto na segunda-feira e só estou escrevendo hoje na quarta-feira. E a minha perspectiva de futuro e não escrever mais esta semana, dando mais espaço para o meu medo crescer... E o pior é que tenho profunda consciência disto e não posso fazer nada para me modificar. A razão fala uma língua e a emoção fala outra língua completamente diferente; as duas nunca se entendem é uma eterna torre de babel despencando diariamente na nossa consciência. Pensei em terminar de forma triunfal. Mas o fim é sempre triste e melancólico... Ah, eu não quero ter uma morte tranqüila de jeito nenhum! Quero ter uma morte atípica e não natural. Decididamente eu queria morrer da mesma maneira que o sol vai morrer. Como uma grande explosão! Ajuntaria todo o ódio que há em mim e explodiria levando comigo toda a humanidade. Seria uma doce e magnífica vingança.